Nova traição no Chile
"A oposição moderada, liderada pelo Partido Socialista (PS) e o Partido Pela Democracia (PPD), alinhada com setores da Frente Ampla, aceitou acordo com a direita que representa verdadeira armadilha contra o povo", diz o colunista Breno Altman. Ele lembra que "mudanças em relação à Carta Magna atual somente serão possíveis com 2/3 dos votos"
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Repete-se no Chile, a mesma traição à rebelião popular ocorrida em 1986, depois que fracassou o tiranicídio contra Pinochet.
A oposição moderada, liderada pelo Partido Socialista (PS) e o Partido Pela Democracia (PPD), alinhada com setores da Frente Ampla, aceitou acordo com a direita que representa verdadeira armadilha contra o povo.
Embora convoque plebiscito que decidirá sobre o fim da Constituição de 1980, herdada de Pinochet, a consulta foi chamada para daqui a seis meses, quando a Mesa de Unidade Social reivindicava 30 dias.
Mas isso não é o pior: qualquer que seja a modalidade para conceber a nova Constituição, como bem denunciou o Partido Comunista Chileno (PCCh), mudanças em relação à Carta Magna atual somente serão possíveis com 2/3 dos votos. Ou seja, basta a direita manter 1/3 dos votos e poderá manter o que quiser da atual Constituição. Tradicionalmente poderes constituintes operam com maioria absoluta, 50% mais um dos votos dos delegados eleitos.
Mais um detalhe sórdido: pactuou-se que Sebastian Piñera ficará isento de qualquer denúncia constitucional pela repressão e o assassinato de ativistas.
O PC e seus aliados mais próximos, além dos dos setores mais combativos da Frente Ampla, se recusaram a assinar o acordo.
Junto com outros setores populares, dentro e fora da Mesa de Unidade Social, convocam novas manifestações e protestos.
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