Nova norma sobre rotulagem nutricional aprovada pela Anvisa poderia ser melhor

O design de uma “discreta” lupa chamando a atenção para retângulos em que são identificados os altos teores de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio foi a solução encontrada pela Anvisa para a rotulagem nutricional de alimentos embalados.



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O design de uma “discreta” lupa chamando a atenção para retângulos em que são identificados os altos teores de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio foi a solução encontrada pela Anvisa para a rotulagem nutricional de alimentos embalados.

De acordo com a nova norma de rotulagem nutricional aprovada pela Anvisa no dia 7/10, o símbolo deverá ser aplicado na frente do produto, na parte superior.

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A decisão da Anvisa foi resultado de anos de pressão exercida por nutricionistas, pesquisadores e instituições ligadas à alimentação saudável e direitos do consumidor, que exigiam clareza em relação às informações sobre aqueles três nutrientes.

Segundo a Anvisa, “a medida melhora a clareza e a legibilidade das informações nutricionais presentes no rótulo dos alimentos e visa auxiliar o consumidor a realizar escolhas alimentares mais conscientes”

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“Com a nova regra, os consumidores terão mais facilidade para comparar os alimentos e decidir o que consumir. Além disso, pretende-se reduzir situações que geram engano quanto à composição nutricional”, destaca Thalita Lima, gerente geral de Alimentos da Agência.

Idec critica

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Mas o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) critica a norma.

Baseados em “evidências cientificas disponíveis”, o Idec e Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável tinham sugerido a adoção de triângulos, “mais efetivos para a compreensão e tomada de decisão de compras dos consumidores”.

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Segundo avaliação do LabDSI da UFPR (Laboratório de Design de Sistemas de Informação da Universidade Federal do Paraná), que auxiliou no desenvolvimento do modelo de triângulos pelo Idec à Anvisa, há incongruências na lupa aprovada pela agência e a definida para consulta pública em 2019.

“Apesar de a Anvisa manter o símbolo da lupa da proposta inicial, o atual desenho diferencia-se em seu design da informação, comprometendo a legibilidade, clareza e simplicidade gráficas. A legibilidade do novo modelo proposto ainda fica comprometida com uso de tipografia em corpo muito reduzido e diminuição do espaço ocupado pelo rótulo na face frontal das embalagens”, diz o documento da universidade, segundo o Idec. 

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De qualquer maneira, mesmo considerando que a solução de rotulagem nutricional não tenha sido a que esperávamos, pois, sem dúvida, a adoção de triângulos seria melhor, a aplicação dessa nova norma foi um avanço, pois obriga a indústria alimentícia a informar com mais clareza a composição dos produtos.

Tabela de Informação Nutricional     

A Tabela de Informação Nutricional também passará por mudanças. A primeira delas é que a tabela passa a ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo, segundo a Anvisa, é afastar a possibilidade de uso de contrates que atrapalhem na legibilidade das informações.    

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Outra alteração será nas informações disponibilizadas na tabela. Passará a ser obrigatória a identificação de açúcares totais e adicionais, a declaração do valor energético e nutricional por 100 g ou 100 ml, para ajudar na comparação de produtos, e o número de porções por embalagem.    

Prazos    

A indústria alimentícia terá um prazo de 24 meses para se adaptar à nova norma. Os produtos que estiverem no mercado na data da entrada da norma em vigor terão, ainda, um prazo de adequação de 12 meses. 

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Os alimentos fabricados por empresas de pequeno porte, como agricultores familiares e microempreendedores, também têm um prazo de adequação, mas de 24 meses após a entrada em vigor, totalizando 48 meses no total. 

 

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