Nova extrema direita pós Bolsonaro
Novos nomes agora estão surgindo após o começo do esfacelamento da figura de Bolsonaro
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A extrema direita lê notícias e reage ao que lê. A constatação básica é que pode até ter o primário, mas consegue ler as notícias graças a uma imprensa livre e atuante. Coisa que provavelmente com o possível golpe que estava sendo forjado, deixaria de existir. Afinal, o governo Bolsonaro desprezava a imprensa porque confiava nos seus próprios meios de comunicação via Whatsapp, que ele conseguiu tornar por um tempo desprezível. Tempos atrás, a disputa eleitoral, depois da redemocratização, era disputada entre a esquerda e centro-direita, vulgo PSDB. Depois da vitória e impeachment de Collor e o desastre de Fernando Henrique, o povo decidiu votar na esquerda.
Apenas depois de mais de uma década de avanços sociais, o golpe dado para tirar Dilma do poder pela direita, apoiado pelos Estados Unidos, conseguiu prosperar até o ovo do fascismo eclodir com a eleição de Bolsonaro. Mas como é essa extrema direita? O Bolsonaro transformou a maneira como estávamos acostumados a ver política e trouxe impactos. Mesmo com o primeiro resultado tirando Jair das eleições até 2030, o bolsonarismo poderá até trocar de nome, mas vai trazer a mesma semente fascista na maneira de se organizar politicamente. Afinal, ele apenas está calcado no militarismo e na religião que mais cresceu no país, para apoiar o que realmente interessa a eles.
O que seria um populismo religioso na extrema direita? O fascismo, na sua denominação, tem apelo as massas, religiosidade e demagogia. Já tivemos, dentro do capitalismo, outros movimentos, que surgiam sempre quando havia crise no sistema. Alguma surpresa nas contestações ao resultado das eleições por parte dos bolsonaristas? Alguma surpresa em relação em vermos que Santa Catarina está eclodindo violência coordenada em escolas, um dos alvos do Bolsonarismo? Afinal, o maior pertido nazista fora da Alemanha era no Brasil, especificamente em Blumenau, uma das cidades a dar mais votos a Bolsonaro depois do município de Nova Pádua, na Serra do Rio Grande do Sul. Nada é por acaso. Boa literatura é Nazismo tropical de Ana Maria Dietrich, Professora associada do Bacharelado de Ciências e Humanidades e de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC.
Novos nomes agora estão surgindo após o começo do esfacelamento da figura de Bolsonaro. Com as mesmas diretrizes, mas menos capiau, com ar renovado. Como Zema postando frases de Mussolini ou Tarcísio tentando emplacar ruas com nomes de coronéis do regime militar. Embora com os mesmos viés, precisam conquistar o público mais radical de Bolsonaro que se sente abandonado por seu líder. Essa missão será concomitante a constantes ataques desses personagens atrás de holofotes, para testar sua própria popularidade e capilaridade perante as camadas. Um fenômeno como Bolsonaro, não será repetido até a próxima crise do capitalismo.
Tudo que foi construído ideologicamente pró extrema direita, fakenews, guerra contra as minorias, não vai se acalmar por um tempo. Isso tudo sempre existiu antes de Bolsonaro ir ao poder, mas agora, temos líderes que apoiam esse modus operandi. Essa disputa pelo lugar de Bolsonaro, não vai rachar a extrema direita, apenas vai ser distribuída por outros nomes e vai fortalecer por mais tempo e continuar a disputa entre esquerda e agora extrema direita. Essa oposição é mais ruidosa e preocupada em ter likes, mas sempre observando seu ibope perante as populações. Mas um aprendizado está sendo observado, que são as checagens de notícias falsas. Uma grande parte está atenta a essa checagem. A gente somos útil, afinal.
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