Nossos "experts" economistas

O remédio proposto para a economia voltar a deslanchar é velho conhecido: o mesmo que nos transformou em um dos campeões mundiais da desigualdade social



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Como todos já perceberam que o que pode derrubar a presidente Dilma é a economia, os veículos tradicionais de imprensa têm sempre em destaque um "expert" do mercado financeiro para reprovar o caminho seguido até aqui.

Nada mal se o futuro sonhado pelo mercado – tão cultuado e venerado pelos conservadores – não fosse, na verdade, um amargo regresso. Como esquecer que nos anos 80 e 90 era comum manchetes estamparem "Missão do FMI no Brasil"? De crise em crise estávamos sempre à sua porta.

O remédio proposto para a economia voltar a deslanchar é velho conhecido: o mesmo que nos transformou em um dos campeões mundiais da desigualdade social.

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Já tem guru de candidato dizendo que o salário mínimo aumentou demais nos últimos anos e que é preciso "restabelecer as expectativas e confiança do mercado". Outro se comprometeu a reajustar o preço da gasolina: "é essencial dar uma sinalização ao mercado". É a mais óbvia constatação da apropriação do governo pelo sistema financeiro.

A cada trimestre os bancos divulgam novos recordes em seus balanços. Mas se esse sistema continua a lucrar absurdamente, por que tanta reclamação?

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O mercado jamais acatará um governo trabalhista, mesmo lucrando.

Como se tornou uma heresia questionar o sistema capitalista, pelo menos que busquemos uma forma mais equilibrada de desenvolvimento. Porque a receita desses "experts" é aprofundar a especulação financeira, que pela intermediação do dinheiro obtém lucros fabulosos.

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A palavra mercado pressupõe concorrência. Mas não é isso o que vemos entre os bancos. O rendimento que eles oferecem na poupança apenas acompanha, na melhor das hipóteses, a inflação anual em torno de 6%. No entanto, pelo cheque especial cobram, em média, 160%. Pra onde você for será tungado.

O "economês" agora é mais simples. Nada de "desregulamentar", "flexibilizar"; o verbo do momento é "conspirar". Um "expert" afirma que "a legislação trabalhista brasileira conspira contra o emprego"; outro diz que " tudo conspira contra o investimento no país".

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A maior queixa é a elevada carga tributária. A elite gosta muito de se referir ao Impostômetro. Em várias cidades do país, um grande painel alerta sobre os impostos cobrados do contribuinte.

Seria importante que colocassem ao lado o Sonegômetro. Pelos cálculos do Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional) teremos 500 bilhões de reais sonegados este ano. No anterior foram 415 bilhões. Dinheiro que poderia ser direcionado para os setores vitais da sociedade. Com certeza não é a classe média que consegue burlar tal montante.

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Como disse, recentemente, o professor e economista Ladislau Dowbor, "quanto mais próxima a eleição, pior a economia".

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