"Nos vemos en agosto" – o livro do Gabo que nunca leremos

Uma grande amiga dele, a jornalista colombiana Patricia Lara, teve acesso aos originais e, entre eles, sua ultima novela, praticamente terminada – “Nos vemos en agosto”, que a família resistiu à tentação de publicar, embora faltasse apenas editar alguns detalhes. Ele mesmo ja tinha lido na Espanha o primeiro capitulo. É uma pena

Uma grande amiga dele, a jornalista colombiana Patricia Lara, teve acesso aos originais e, entre eles, sua ultima novela, praticamente terminada – “Nos vemos en agosto”, que a família resistiu à tentação de publicar, embora faltasse apenas editar alguns detalhes. Ele mesmo ja tinha lido na Espanha o primeiro capitulo. É uma pena
Uma grande amiga dele, a jornalista colombiana Patricia Lara, teve acesso aos originais e, entre eles, sua ultima novela, praticamente terminada – “Nos vemos en agosto”, que a família resistiu à tentação de publicar, embora faltasse apenas editar alguns detalhes. Ele mesmo ja tinha lido na Espanha o primeiro capitulo. É uma pena (Foto: Emir Sader)


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Quando morreu Garcia Márquez, sua família ouvia criticas por ter entregue todos os seus documentos – incluídos os originais dos seus livros – à biblioteca da Universidade do Texas. Mas eles ai estão, resguardados, embora para ingressar seja necessário deixar todos os objetos pessoais, até mesmo canetas e lápis, de tudo que pudesse danifica-los.

Uma grande amiga dele, a jornalista colombiana Patricia Lara, teve acesso aos originais e, entre eles, sua ultima novela, praticamente terminada – “Nos vemos en agosto”, que a família resistiu à tentação de publicar, embora faltasse apenas editar alguns detalhes. Ele mesmo ja tinha lido na Espanha o primeiro capitulo.

É uma pena. Basta ler o paragrafo que ela reproduz para alimentar a vontade imensa de le-la por inteiro:

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Volvió a la isla el viernes 16 de agosto en el transbordador de las tres de la tarde. Llevaba pantalones vaqueiros, camisa de cuadros escoceses, zapatos sencillos de tacon bajo y sin medias, una sombrilla de raso, su bolso de mano, y como único equipaje un maletin de playa. En la fila de taxis del muelle fue directo a un modelo viejo carcomido por el salitre. El chofer la recibió con un saludo de amigo y la llevó dando tumbos a traves del pueblo indigente, con casas de bahareque y techos de palma amarga y calles de arena ardiente frente a un mar en llamas. Tuvo que hacer cabriolas, para sortear los cerdos impávidos y los niños desnudos que lo burlaban con pasos de torero. Al final del pueblo se enfiló por una avenida de palmeras reales donde estaban las playas...”

Perdemos de conhecer a historia de Ana Magdalena Bach, uma mulher que a cada 16 de agosto viajava a uma ilha desse Caribe que ele levava na sua pele, para visitar o tumulo da sua mãe, e justo nesse dia, aproveitava para ser infiel a seu marido. Domenico Amarís, um homem de quarenta e quatro anos, bem realizado e fino, dedicado à musica e diretos do Conservatório Provincial, com que ela acreditava que tinha sido feliz. Até que depois de vários agostos de praticar esse costume, e de encontrar-se com múltiplos amantes, entre eles um bispo, um que ela logo descobriu que era um criminoso e outro que a humilhou deixando-lhe no meio de um livro uma nota de vinte dólares e a quem ela, infrutiferamente, teve a obsessão de voltar a encontrar, Ana Magdalena acabou exumando os restos da sua mãe e levando-os consigo para nunca mais ter que voltar a esse lugar. 

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