No mês do orgulho LGBTQ+: 'Aquela américa que nos enchia de orgulho'
No dia 28 de Junho de 1969 se iniciou uma séria de 6 dias de revolta no que foi conhecido com o nome do “Protestos de Stonewall”. Pela primeira vez a policia se viu encurralada por uma comunidade que sempre foi encurralada pela polícia
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No dia 28 de Junho de 1969 se iniciou uma séria de 6 dias de revolta no que foi conhecido com o nome do “Protestos de Stonewall”. Pela primeira vez a policia se viu encurralada por uma comunidade que sempre foi encurralada pela polícia. Stonewall era um bar gay em Greenwich Village em Nova York. Passaram anos e as manifestações do orgulho lgbtq+ se fizeram cada vez mais presentes no mundo inteiro, tornando se impossível de serem invisibilizadas.
Na Latinoamérica, em Julho de 2012, na Argentina, o governo de Cristina Kirchner, aliada do Governo do Lula e da Dilma Rousseff, fazia entrega dos primeiros documentos oficiais para pessoas transgéneros. O acontecimento teve caráter histórico, já que pela primeira vez um estado democrático moderno colocava a disposição toda sua estrutura para um grande ato de reparação histórica dos diretos das comunidades LGBTQ+. Aquele ato foi realizado no “Salão das Mulheres Argentinas”, fundado pela presidenta em 2009, e logo desmontado pelo neoliberal Mauricio Macri, em 2015.
“Não gosto da palavra tolerância porque quer dizer que estou aguentando algo porque não tenho outra saída. Eu prefiro falar de igualdade, a de todos vocês, que agora vão ter os mesmos direitos que qualquer um de nós, e essas crianças vão ter os mesmos direitos que quaisquer criança no nosso país. Esse é o tipo de estado e sociedade que queremos, uma sociedade de reparações. E eu sinto orgulho de sermos vanguarda em questão de ampliação de direitos” Falou para as comunidades lgbtq+, sobre tudo comunidades de pessoas transsexuais, que foram convidadas oficialmente para aquele ato.
“Sem acesso a uma identidade não temos direito à educação, ao trabalho e moradia. Esperei por isto a vida toda, mas pensei que realmente poderia acontecer quando o ex-presidente Nestor Kirchner (anterior a Cristina) me convocou para fazermos um trabalho em conjunto para saber os dados de como se encontrava a comunidade LGBTQ+. A partir desse momento soube que esse dia chegaria”. Falou Reyna Ornella Infante, uma líder das comunidades LGBTQ+.
Durante todo seu governo, Cristina Kirchner fez apelo ao conceito de “Estado de reparação”, e “igualdade de direitos”. Foi um florescer que atingiu quase todos os estados sul americanos, incluindo o Brasil, Uruguai, Ecuador, Chile. Foram alguns anos de sanidade institucional na America Latina, antes da chegada dos fascismos populistas com suas pretendidas restaurações de “normalidade”.
Foi um dos tantos episódios felizes do período progressista que tivemos no continente. Vale lembrar que Cristina Kirchner sofre hoje o mesmo tipo de perseguição politica que sofrem todos os políticos do esquerdismo latino-americano como Lula, Dilma, Rafael Correa e Lugo, entre outros. Os governos que ampliaram direitos são inconvenientes para os setores conservadores, que pretendem segurar o poder, centímetro a centímetro. Mas esperança do retorno desse tipo de governos populares que nos encheram de orgulho nunca desaparece. Continuarmos lembrando os momentos que justificaram sua ascensão ao poder, e o apoio popular que esses lideres tem ainda hoje, é um dever de todo tipo jornalismo. Indiferentemente da pauta ideológica que o envolve.
Juan Manuel Palomino Domínguez é jornalista escritor e cineasta argentina baseado no Brasil.
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