Ninguém fez tanto pelo resgate da democracia como ele
Não haverá democracia se houver a proscrição do melhor presidente da história, esperança de retomada de um modelo de participação social nas decisões fundamentais do país
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A direita conseguiu, de vez ou por um tempo, tirar o PT do governo, seu objetivo maior desde 2003. Não conseguiu por meio das eleições. Perdeu sempre. Logrou por meio de um golpe. Agora precisa consolidá-lo. Uma direita oligárquica, com um programa para o 1% mais rico, foge do povo, da democracia e das eleições como o diabo da cruz. Bastou Dilma propor o plebiscito para causar pânico, tanto em setores da imprensa, antes favoráveis, como nos políticos, como Renan Calheiros, que já declarou que a PEC das eleições não passa porque Lula é o favorito.
Uma bela lição de democracia. Se o povo quer o Lula, o jeito é não ter eleições. Ou encontrar uma forma de tirá-lo da competição no tapetão. Não adiantaria então dar o golpe e depois ver, agora ou em 2018, o Lula retornar à Presidência e refazer tudo o que estão desfazendo e pretendem desfazer. Querem uma democracia sem o Lula.
Logo o Lula, quem mais fez pela democracia brasileira. Recordemos que a saída da ditadura não se fez por eleições diretas, o que já enfraqueceu o retorno da democracia. O governo Sarney contribuiu mais ainda para desmoralizar a transição democrática, abrindo caminho para que alguém como Collor vencesse as eleições com um programa neoliberal, na contramão da Assembleia Constituinte, que seu presidente, Ulysses Guimarães, havia chamado de Constituinte Cidadã. O neoliberalismo veio para destruir os direitos e enfraquecer a democracia. E o governo FHC seguiu na mesma direção, de debilitação da política, do Estado, da democracia, em favor do mercado, das empresas, da subordinação internacional.
A democracia significava pouco para o povo. Ditadura, governos desmoralizados, como os de Sarney e Collor, ou desmoralizadores do povo brasileiro e do país, como o de FHC, não contribuíam em nada para recuperar a imagem da democracia.
Ninguém fez tanto pelo resgate da democracia brasileira como Lula. Não por discursos pomposos de caráter liberal, sem maior conteúdo social. Mas pelo que ele fez, com as políticas sociais do seu governo, para resgatar o papel do Estado, desmoralizado sucessivamente pelos governos anteriores. Pela sua fala, dirigida ao povo, sobre seus direitos, sobre os preconceitos contra o povo, mas principalmente pelas suas políticas sociais.
Em primeiro lugar, pelo êxito na criação de empregos com carteira assinada e pelo aumento dos salários acima da inflação – que continua a ser o mecanismo mais eficiente de distribuição de renda. Em segundo, pelas políticas sociais complementares, como Bolsa Família, microcrédito, Minha Casa, Minha Vida, ProUni, entre tantas outras.
A massa trabalhadora e a mais pobre da população se sentiu contemplada, considerada, incluída. O Estado deixava de chegar para as populações mais pobres somente pela polícia. Com isso, a democracia brasileira ganhou um conteúdo social, e nunca se fortaleceu tanto como com o governo de Lula.
E a direita, vendo fracassado seu governo golpista, quer tirar o Lula do jogo político. Enquanto os políticos da direita são acusados, com provas, de desvios milionários de recursos, e ainda assim continuam no governo, no Congresso, trama-se para colocar o Lula na mesma vala de políticos corruptos, sem nenhuma acusação com fundamento. Tentam criar em torno dele a imagem da suspeição. Mas quando o Lula aparece e fala ao povo, seja em Fortaleza, na Avenida Paulista, nos Arcos da Lapa, ou onde for, o povo se reencontra com o seu líder, aquele com o qual se reconhece e reconhece nele o responsável pelo melhor governo que o Brasil já teve. Daí que tentam tirá-lo da vida política; se puderem, até prendê-lo, embora a primeira experiência tenha saído como um tiro pela culatra.
Não haverá democracia no Brasil se houver a proscrição do Lula, porque ele representa a esperança de retomada do modelo que deu certo no Brasil e que fortaleceu a democracia. Porque ele expressa a participação do povo no governo e nas decisões fundamentais do país.
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