Neoliberalismo no Brasil, Capítulo III: Marina
Os dois primeiros capítulos do neoliberalismo no Brasil se deram no auge desse modelo em escala mundial. O projeto da Marina seria de um neoliberalismo tardio
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
“O projeto neoliberal nunca foi tão claro como com a Marina.” (Dilma)
Capitulo I: Fernando Collor de Mello
O neoliberalismo chegou no Brasil no projeto do Collor. Seus carros-chefes midiático foram:
* os “marajás”, como forma de desqualificar aos servidores públicos e ao Estado em geral, estendendo a eles a situação de alguns privilegiados, para atacar o Estado e promover a centralidade do mercado;
* as “carroças”, como forma de promover a abertura do mercado nacional, desqualificando a produção brasileira e exaltando a globalização neoliberal.
A economia brasileira entrou numa profunda crise recessiva, como resultado de uma política aventureira, que confiscou as poupanças dos brasileiros. Foi o começo do escancaramento do mercado interno e a quebra das indústrias brasileiras diante da avalanche de ingresso de capitais estrangeiros. O Estado começou a ser desarticulado, pela adoção de políticas de privilégio do mercado.
Mas a queda de Fernando Collor se deu pelas denúncias de corrupção, como parte do saque do Estado. Deixou apenas começado o projeto neoliberal no Brasil.
Capítulo II: Fernando Henrique Cardoso
FHC retomou o projeto interrompido do Fernando Collor. O Plano Real foi a forma concreta de privilegiar o ajuste fiscal, tomando como objetivo central do seu governo a estabilidade monetária, o combate à inflação.
Nessa sua segunda versão, a estabilidade monetária promoveria distribuição de renda e retomaria o crescimento econômico, pela atração de capitais externos. O controle da inflação se transformou em dívida pública, que foi multiplicada por 10, enquanto a estabilidade monetária não se traduziu em distiribuição de renda mas, ao contrário. A centralidade do mercado, a abertura ao mercado internacional, o desmonte do Estado, a precarização das relações de trabalho, acentuaram a desigualdade e a exclusão social.
O governo FHC foi derrotado pelo seu fracasso até mesmo em controlar a inflação, deixando uma herança maldita para o governo Lula, incluindo uma profunda e prolongada recessão. Os candidatos do seu partido foram sucessivamente derrotados, como expressão do fracasso do governo neoliberal de FHC.
Capitulo III: Marina Silva
Marina ocupa o lugar do tucano Aécio, que já havia demonstrado que pretendia assumir o projeto interrompido de FHC, incorporando a equipe ecnonômica daquele governo. Sua iminente derrota e um acidente aéreo – de contornos obscuros – levou a que Marina Silva assumisse esse projeto.
Seu objetivo expressamente mencionado seria desalojar o PT do governo, mediante uma “nova política”, que na verdade se traduz na desqualificação do Estado e da política, assim como da polarização entre esquerda e direita.
O enunciado do seu programa contém postulados clássicos do neoliberalismo: independência do Banco Central, mudança da política de integração regional pela de livre comércio – expressa na Aliança para o Pacífico -, com a particularidade de rebaixamento do perfil do Pré-sal, como forma de abertura aos capitais estrangeiros na área petrolífera.
Esse projeto trata de não incorrer no erro de Aécio Neves, procurando revestir o projeto no envoltório de uma “nova política”, mas os traços neoliberais ficam perfeitamente à vista. Se faltasse algo, a equipe central da campanha é composta por uma banqueira e dois ideólogos típicos do neoliberalismo.
Os dois primeiros capítulos do neoliberalismo no Brasil se deram no auge desse modelo em escala mundial e latino-americano. O projeto da Marina seria de um neoliberalismo tardio, tendo fracassado no Brasil, na América Latina e no mundo.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247