Nem vem, Globo. Cunha é teu filho. Assume!
O editorial do Globo apenas prova que o grupo é o núcleo do golpe. Cunha foi usado e agora se tenta descartá-lo como fósforo já riscado. Nada disso! Segura que o Cunha é teu, Globo!
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A Globo publica hoje editorial pedindo a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e falseando os fatos para tentar se livrar dele sem afetar a marcha do golpe.
Nem vem que não tem!
Quem fez reuniãozinha a porta fechada com Eduardo Cunha pra acertar o golpe não foram os editores do Globo, conforme teve que admitir Merval Pereira após ser desmascarado pelo Cafezinho?
Quem escondeu os mal feitos de Cunha durante a sua campanha para presidência da Câmara? Não foi a Globo?
O editorial esconde quem foram os aliados de Cunha na marcha de insensatez que ele imprimiu à Câmara este ano, aprovando pautas bombas que tinham por único objetivo desestabilizar as contas públicas, e apostando em iniciativas ultra reacionárias, como a redução da maioridade penal e medidas contra as mulheres. Não foi o PSDB que se aliou, desde o início, a Eduardo Cunha?
O editorial do Globo apenas prova que o grupo é o núcleo do golpe. Cunha foi usado e agora se tenta descartá-lo como fósforo já riscado.
Nada disso!
Segura que o Cunha é teu, Globo!
Venceu o prazo de validade de Eduardo Cunha
Ultrapassou todos os limites a manipulação que o presidente da Câmara faz do regimento, com o uso de seu poder, para atrapalhar a apreciação de processo contra ele12/12/2015
A Câmara dos Deputados, assim como o Senado, é uma instituição secular, fundada no Império, dirigida àquela época por condes e viscondes. Na República, sua Mesa foi frequentada por nomes que se encontram nos compêndios de História do Brasil: Flores da Cunha, Pedro Aleixo, Ulysses e outros.
Em tempos recentes, houve a bizarrice de Severino Cavalcanti, cassado por receber um "mensalinho" de R$ 10 mil de um concessionário de restaurante na Câmara. Ungido pela política fisiológica do PT de literalmente comprar apoio no Congresso, Severino queria controlar a diretoria da Petrobras que "fura poço". Um parêntese: ele talvez não soubesse, mas o lulopetismo já havia dominado a direção da estatal e passara a saqueá-la.
No campo do exotismo — mas em outro sentido —, o atual presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), escala índices de rejeição na opinião pública, ao manejar com frieza o poder do cargo e o conhecimento que tem das regras da Casa, para sabotar a tramitação no Conselho de Ética de um processo instaurado contra ele por falta de decoro.
Às favas com a objetividade dos fatos. Cunha, citado na Lava-Jato como beneficiário de propinas geradas na Petrobras, compareceu, por vontade própria, à última CPI da Petrobras e garantiu que não tinha contas escondidas em bancos suíços.
O MP suíço o desmentiu, ao enviar dados de contas suas e família à Procuradoria-Geral da República. Configurado o perjúrio, o PSOL e a Rede encaminharam denúncia ao Conselho de Ética. Aberto o processo, Cunha, aliados e tropa de choque fazem de tudo para impedir o funcionamento do Conselho, com a intenção de atrasar ao máximo os trabalhos e jogá-los para 2016.
Inviabilizado um acordo com o governo — mais por resistência de petistas que se recusaram a votar em favor dele —, para que o deputado escape da cassação, os embates no Conselho passaram a reproduzir cenas à altura de câmaras de vereadores do mais longínquo sertão. Tapas, gritaria, intervenções protelatórias de nível rasteiro.
Mesmo tucanos que estavam condescendentes com Eduardo Cunha, para que ele aceitasse o pedido de impeachment de Dilma — arma que o deputado usou para chantagear o Planalto —, o abandonaram. Ainda antes de ele instaurar o processo do impedimento — dentro das prerrogativas do presidente da Câmara, seja ele quem for.
Aberto o processo, passaram-se 38 dias e oito reuniões, até a de quinta-feira, sem que se conseguisse votar um relatório, diante de um atônito presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA). O primeiro relator, Fausto Pinato (PRB-SP), contestado pelo grupo de Cunha, por se declarar a favor do prosseguimento do processo, disse ter sido ameaçado, e terminou substituído por Marcos Rogério (PDT-RO). Este promete ler seu relatório, também contra Cunha, na terça-feira. Mas nada é certo.
O presidente da Câmara deveria renunciar ao cargo, para se dedicar à sua defesa, sem atrapalhar os trabalhos da Casa.
Seu tempo acabou.
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