Nem Fla-Flu e nem Gre-Nal: você está sendo enganado
A banca já demonstrou sua força e escusos métodos de ação aqui mesmo entre nós. Assim, na defesa do Brasil, que é minha maior preocupação, devemos nos unir aos seus combatentes para derrotá-la e constituirmos um País soberano, democrático e socialmente justo. Não nos enganemos com a falsa disputa. Não é um jogo, é a nossa sobrevivência
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Procuro entender as razões pelas quais se dão os fatos. Por isso tenho recusado a entrar na disputa político partidária que, no entanto, é óbvia nas manifestações da mídia, nas ações e decisões da Procuradoria Geral da República (PGR), da magistratura e particularmente do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocupa boa parte das colunas e artigos sobre política e economia.
Se meu caro leitor não for o coxinha a quem não restam neurônios, ou o ignorante representante da “classe média” a quem sobram preconceitos e medos infundados ou um participante do festim diabólico que o capital financeiro promove com a economia e a sociedade brasileira, verá que o golpe de 2016 não foi uma jabuticaba, como não o foi em 1964, nem o da Proclamação da República em 1889.
Todos estes movimentos seguiram o interesse do colonizador ou, em outras palavras, do sistema que dominava a política e a economia no universo em que o Brasil se inseria na época. E como este universo abrigava outros países, neles também ocorriam, com pequenos intervalos de tempo, golpes – quaisquer que fossem suas designações – com idênticos objetivos.
Não pretendo, nem me qualifico para fazer retrospectiva histórica, mas veja que ao golpe de 1964, no Brasil, seguiram-se movimentos semelhantes no Chile, na Argentina, no Uruguai e em outros países da América Latina, todos para o proveito do capital industrial estadunidense. Seus desenvolvimentos foram diferentes pois as reações das sociedades e as disponibilidades econômicas destas vítimas também eram distintas.
Nos anos 1970, o capital industrial passou a ser combatido e ao fim foi substituído pelo capital financeiro, este não mais preso a um país mas de conteúdo internacional, criando, com toda disfunção e deformação da nomenclatura, a globalização. Hoje este sistema que denomino a banca, com mais de trinta anos de ação concentradora, tem as famílias proprietárias majoritariamente residentes nos Estados Unidos da América (EUA) e no Reino Unido (UK). Os dados mais recentes mostram que cerca de 45% de seus membros estão nos EUA e 25% na Inglaterra (UK). Pode-se portanto afirmar que a banca é principalmente angloamericana.
Como atua globalmente, vê-se o modelo golpista da banca não apenas na América Latina (Paraguai e Brasil), mas em todo o mundo, sendo a Coreia do Sul o mais recente exemplo, ao depor a Presidente Park Geun-hye e colocar representantes dos banqueiros para a condução da política econômica.Também atua de outras formas, inclusive com uso das fraudes e desinformações para chegar ao Poder, como aconteceu na Argentina, de Macri, e na Grécia, de Tsipras.
Banca, mídia, corrupção e farsas convivem e se alimentam mutuamente. Sem a mídia e o cinismo dos títeres da banca você não teria as falsas informações que o levam a agir contra seus próprios interesses. Sem a corrupção, onde incluo a chantagem, os poderes da República, executivo, legislativo e judiciário, não agiriam de modo despudorado contra a população do País. Tais farsas o levam a pensar que há um mocinho no domínio da banca, que você está vendo um jogo e que, sem participar, pode ser vencedor.
Vamos procurar entender as forças que agem, atualmente, em volta do mundo.
No Ocidente é a banca a dominante. Veja que a derrota eleitoral nos EUA logo gerou na mídia a imagem de um ser inacreditável na Presidência daquele País; ora um imbecil, ora um maquiavélico; ora um aliado, ora um joguete dos russos; ora um amante das mulheres, ora um misógino machista; e vai assim construindo uma deformação na mente norte-americana. O mesmo está ocorrendo na França. A candidata com maior popularidade tem sido atacada como de extrema direita, dando a entender ser uma nazifascista, e os candidatos mais favoráveis à banca só surgem repletos de excelsas qualidades. Vimos isto aqui, na última eleição presidencial quando o corrupto e dependente candidato da banca aparecia como um jovem bem intencionado e empreendedor.
Mas há um inimigo da banca: o nacionalismo, sendo a Rússia o país mais atuante contra a banca, logo o mais atacado pela mídia. Chega a ser ridículo que a Rússia tenha saído do Conselho de Direitos Humanos da ONU para dar lugar à Hungria que constrói uma cerca em torno do país para que não passem por lá os emigrantes e expatriados pelas guerras que a banca insufla e financia nos países do Oriente Médio. Neste rol dos países nacionalistas estão, entre outros, os denominados pela banca, com sentido pejorativo, bolivarianos: Venezuela, Bolívia e Equador.
Outro país até recentemente no rol dos nacionalistas era a Índia que sofre hoje a guerra contra a sua moeda, causando sérios danos econômicos, na tentativa da banca de estabelecer a moeda virtual, o bitcoin, naquele país.
Há um mundo a parte, a República Popular da China. É uma civilização antiga, a que por mais tempo habita com a mesma língua e cultura um espaço territorial. Foi forjada no pensamento consolidado nos anos 500 antes de Cristo pelo intelectual Confúcio. Traz efetivamente um sincretismo do taoismo, e do pensamento “acadêmico” e “legalista” vigente e desde 221 a. C. é governada por Imperadores, Este país, no entender do sinólogo francês Damien Chaussende e do professor e escritor Gilles Guiheux (“Por que o Império durou 2000 anos?” e “O Tempo dos Imperadores Vermelhos”, 2017, entre outros escritos), continua tendo um sistema imperial de sucessões, ou seja, dentro do mesmo ambiente ou dinastia. Não tenho como discutir, mas a ação da China em relação à banca não tem ficado suficientemente clara como a da Rússia.
A banca já demonstrou sua força e escusos métodos de ação aqui mesmo entre nós. Assim, na defesa do Brasil, que é minha maior preocupação, devemos nos unir aos seus combatentes para derrotá-la e constituirmos um País soberano, democrático e socialmente justo. Não nos enganemos com a falsa disputa. Não é um jogo, é a nossa sobrevivência.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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