"Nem Dilma nem Temer" pode ter 30 votos decisivos

"A crista da oposição baixou. Além da ofensiva do governo, que nas últimas horas conseguiu ganhar ou virar votos, recuperando a possibilidade real de barrar o golpe amanhã, nas últimas horas cresceu a olhos vistos o movimento 'Nem Dilma, nem Temer', que pode reunir até 30 deputados", diz a colunista Tereza Cruvinel; "Eles votarão 'abstenção' alegando que a solução para a crise é a realização de nova eleição presidencial no curto prazo, tese que vem sendo defendida pela Rede"; leia a íntegra

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente, Michel Temer, participam da solenidade onde recebem os cumprimentos de oficiais-generais no Clube do Exército (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente, Michel Temer, participam da solenidade onde recebem os cumprimentos de oficiais-generais no Clube do Exército (Antonio Cruz/Agência Brasil) (Foto: Tereza Cruvinel)


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A crista da oposição baixou. Além da ofensiva do governo, que nas últimas horas conseguiu ganhar ou virar votos, recuperando a possibilidade real de barrar o golpe amanhã, nas últimas horas cresceu a olhos vistos o movimento "Nem Dilma, nem Temer", que pode reunir até 30 deputados. Eles votarão "abstenção" alegando que a solução para a crise é a realização de nova eleição presidencial no curto prazo, tese que vem sendo defendida pela Rede. Mas, na prática, as abstenções contam a favor do governo e contra o golpe, minando a obtenção dos 342 votos para aprovar na marra o impedimento.

Participam do movimento deputados da Rede, do PSD, do PSB e partidos menores. Ele pode ter adesões principalmente do PSB, partido que orientou a bancada a favor do impeachment mas enfrenta uma rebelião da militância. Nas proximas horas um abaixo assinado com mais de duas mil assinaturas será entregue ao comando partidário contestando a decisão e pedindo a liberação dos deputados para votar segundo suas consciências democráticas.  A dissidência no PSB, que pode chegar a dez votos, alegando sobretudo a dificuldade para apoiar o eventual governo Temer-Cunha,  é uma das grandes preocupações do comando golpista.

Mas não se trata, diz um dos articuladores do movimento, de mera desculpa para ajudar o governo a barrar o impeachment. Na segunda-feira, qualquer que seja o resultado da votação de domingo, o movimento continuará em campo.  Se o golpe triunfar na Câmara, tentarão sensibilizar o presidente do Senado, Renan Calheiros, para que negocie um acordo pro-eleições presidenciais imediatas, antes da instauração do processo de julgamento de Dilma. Se o golpe for barrado na Câmara, o esforço será junto ao PT e a Lula, invocando as imensas dificuldades que Dilma enfrentará, ficando no cargo: pais dividido, base parlamentar restrita, oposição nos cascos e mercado hostil. Como ele já disse que proporá um pacto sem vencidos e vencedores,  poderia aceitar a redução de seu mandato mediante a aprovação de uma emenda constitucional marcando as eleições presidenciais para um prazo a ser negociado.  Mas ela já disse, em outro momento: pergunte aos congressistas se eles também renunciam a seus mandatos.

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Mas para hoje, importante é a resistência ao chamado governo Temer-Cunha, origem do grupo que pode ser decisivo para o resultado de amanhã.  Os dois lados entrarão pela noite buscando e contando votos mas no Alvorada, onde Dilma está cercada por colaboradores, o clima também mudou. 

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