Nem Bolsonaro, nem Mandetta
"Mandetta não entende patavina de infecções nem de problemas pulmonares, limitando-se a copiar aqui o que fizeram os países europeus", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. "Os brasileiros ainda não contaminados pelos vírus da ignorância e do obscurantismo já sabiam que Bolsonaro não tinha a menor condição de conduzir o país", acrescenta
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Os brasileiros ainda não contaminados pelos vírus da ignorância e do obscurantismo já sabiam que Bolsonaro não tinha a menor condição de conduzir o país em tempos tranquilos, quanto mais numa calamidade que se abateu sobre o mundo todo e que se desenha como a mais ameaçadora dos últimos 100 anos, mas depositavam suas esperanças no ministro da Saúde, que parecia ser mais equilibrado, ao menos, além de menos intolerante e menos truculento, o que o tornou mais popular que o presidente da República.
No entanto, quanto mais o conhecemos, mais fica evidente que popularidade não tem nada a ver com a competência necessária para nos conduzir com segurança no deserto em que estamos rumo à “terra do leite e do mel”.
Ontem, em entrevista ao “Fantástico”, ele afirmou ter fé “em Nossa Senhora Aparecida” para nos salvar da catástrofe iminente, o que não fica muito a dever às iniciativas do presidente, que combate o vírus promovendo jejuns e cerimônias de oração, lembrando procedimentos do tempo em que a peste negra assolou o planeta, nos anos 1300.
Obscuro político e mais obscuro ainda médico ortopedista, Mandetta não entende patavina de infecções nem de problemas pulmonares, limitando-se a copiar aqui o que fizeram os países europeus – como ocorria quando o Brasil era colônia de Portugal – sem atentar para as características sócio econômicas completamente diferentes, nem apoiar suas decisões num gabinete de crise formado pelos maiores especialistas brasileiros em epidemiologia, o que um ministro da Saúde sagaz já deveria ter feito.
Esses profissionais aparecem frequentemente na TV, no papel de consultores e conselheiros, em vez de serem convocados para trabalhar em Brasília, propondo soluções e respaldando decisões com base em conhecimento específico que o ministro da Saúde não detém.
Nosso problema não se resume apenas na infraestrutura hospitalar precária – como se isso fosse pouco – mas na ausência de vida inteligente no governo e no ministério que, para piorar a situação, vivem em constante conflito.
Não por acaso, governos da Itália e da Alemanha estão pressionando seus cidadãos a deixarem o Brasil, alertando-os dos riscos que correm aqui enquanto a pandemia continuar avançando.
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