Nelson Marchezelli é o retrato da PEC 241

"Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que 'quem não tem dinheiro não faz universidade'", diz Luis Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília; "Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie"

"Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que 'quem não tem dinheiro não faz universidade'", diz Luis Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília; "Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie"
"Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que 'quem não tem dinheiro não faz universidade'", diz Luis Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília; "Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie" (Foto: Luis Felipe Miguel)


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Está circulando um vídeo em que, pressionado pelos entrevistadores, o deputado Nelson Marquezelli explode e diz que "quem não tem dinheiro não faz universidade".

Não tenho dúvida de que essa é a visão que está por trás da PEC 241. A visão de que não cabe ao Estado fornecer nenhum tipo de serviço, que cada um deve comprá-los no mercado de acordo com os recursos de que dispõe. É o famoso Estado mínimo. Seus defensores chamam isso de triunfo da liberdade. Eu chamo de barbárie. É um bom debate.

Mas não há debate. Se o Estado mínimo é tão bom, porque os defensores da PEC não o evocam? Marquezelli só soltou sua frase porque foi provocado e perdeu a cabeça. Mas a propaganda a favor do congelamento do investimento social nunca assume o projeto de país que abraça (*). Em vez disso, aposta em:

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(1) Mentiras quanto a seus efeitos, como na afirmação reiterada de que não haverá prejuízo à saúde pública. Todos os economistas sérios, independentemente de posição política, têm apontado que a PEC gerará profunda crise no financiamento da saúde e da educação, além do achatamento do poder de compra do salário mínimo. Efeitos que os defensores do Estado mínimo deveriam festejar, mas que eles hoje preferem esconder.

(2) Desinformação quanto ao conteúdo da PEC. Quem sair da bolha e espiar o que se diz aqui mesmo no facebook vai ver, por exemplo, muita gente achando que o objetivo da PEC é impedir aumento no salário dos parlamentares. O fato de que esse tipo de percepção ganhe curso é mais uma prova do nível abissal da ignorância política que grassa no nosso país.

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(3) Delírio, alucinação, desvario. Não estou exagerando: o MBL sustenta que o objetivo da PEC é salvar o Brasil do comunismo.

É fácil entender o porquê desse ocultamento. A tese do Estado mínimo é intragável; num país como o Brasil, chega a ser obscena. Por isso, a primeira batalha na luta contra a PEC é vencer o cerco da desinformação. Explicar o que ela é e quais suas consequências. Todos nós precisamos, em todos os espaços possíveis, travar essa batalha.

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A segunda batalha é vencer o desencanto e o marasmo e transformar a repulsa ao retrocesso em mobilização popular. Ninguém está dizendo que vai ser fácil, mas é o único caminho.

(*) Postagem de facebook com nota de rodapé é podre, mas vá lá: estou sendo generoso. A PEC contempla também o projeto de um país a ser saqueado pelo rentismo. O Estado mínimo é a face "respeitável" dela.

(texto originalmente postado em seu facebook)

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