“Não vamos levar desaforo para casa”
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Temer ficou muito puto com seus aliados que perderam a segunda votação do impeachment permitindo a Dilma manter seus direitos políticos.
Mandou recado a eles por meio dos ministros, na primeira reunião ministerial, realizada antes de embarcar para a China.
Muito irritado disse que não podia ser assim, que eles não poderiam ter feito aquilo sem combinar com o governo e ele até concordaria com a proposta a favor de "Sua Excelência" (não quis falar "Dilma" nem ex-presidente) se partisse dele e não dos senadores.
Ou seja: menos de uma hora depois de jurar que iria cumprir e obedecer à constituição quebrou o juramento, já que ela garante a independência entre os poderes.
Tratou seus ministros como alunos do jardim de infância.
"Isso aqui não é uma brincadeira", advertiu. "Nem uma ação entre amigos".
Falou que daqui pra frente "não vamos levar desaforo para casa". Instruiu-os a reagir se forem chamados de "golpistas", mas "com elegância". À sua esquerda estava o "elegante" ministro da Justiça, aquele que tem o phisique du rôle de fascista ou membro do CCC – Comando de Caça aos Comunistas.
Também recomendou que eles dessem entrevistas, mas que sempre que falassem de suas realizações não esquecessem de mencionar que eles pertencem a um governo. E que passassem à população mensagens de otimismo. Informou que vai fazer uma campanha publicitária para tornar mais palatáveis suas propostas de reforma da previdência.
Chamou os protestos, como os dos dois últimos dias, contra o impeachment de "amargor por causa da falta de emprego":
"Quando criarmos empregos o amargor vai passar".
Ressaltou que foi muito aplaudido durante a posse, não havendo motivos, portanto, de dizer, como dizem seus adversários, que é repudiado.
Ainda pediu para divulgarem que não vai a China a passeio:
"Ninguém passa 63 horas num avião para fazer uma visita de 48 horas".
E enfatizou que foi convidado pelo presidente chinês (que naturalmente quer saber se seu país continuará sendo o principal parceiro comercial do Brasil durante o seu governo).
O que se extrai desses comentários feitos de improviso é que ele é um sujeito centralizador, autoritário, cuja prática, ao contrário do que ponderou é fazer as coisas "de cima para baixo".
Partindo da premissa de que nem ele nem seus aliados deixarão de ser chamados de golpístas por seus opositores, e de que eles não pretendem levar desaforo para casa, há um claro prenúncio de conflitos para os dois próximos anos.
Porque os petistas também não levam desaforo para casa, principalmente quando uma presidente é deposta por crimes que não cometeu.
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