“Não vamos levar desaforo para casa”

Brasília - DF, 31/08/2016. Presidente da República Michel Temer durante reunião ministerial. Foto: Marcos Corrêa/PR
Brasília - DF, 31/08/2016. Presidente da República Michel Temer durante reunião ministerial. Foto: Marcos Corrêa/PR (Foto: Alex Solnik)


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Temer ficou muito puto com seus aliados que perderam a segunda votação do impeachment permitindo a Dilma manter seus direitos políticos.
Mandou recado a eles por meio dos ministros, na primeira reunião ministerial, realizada antes de embarcar para a China.

Muito irritado disse que não podia ser assim, que eles não poderiam ter feito aquilo sem combinar com o governo e ele até concordaria com a proposta a favor de "Sua Excelência" (não quis falar "Dilma" nem ex-presidente) se partisse dele e não dos senadores.

Ou seja: menos de uma hora depois de jurar que iria cumprir e obedecer à constituição quebrou o juramento, já que ela garante a independência entre os poderes.

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Tratou seus ministros como alunos do jardim de infância.

"Isso aqui não é uma brincadeira", advertiu. "Nem uma ação entre amigos".

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Falou que daqui pra frente "não vamos levar desaforo para casa". Instruiu-os a reagir se forem chamados de "golpistas", mas "com elegância". À sua esquerda estava o "elegante" ministro da Justiça, aquele que tem o phisique du rôle de fascista ou membro do CCC – Comando de Caça aos Comunistas.

Também recomendou que eles dessem entrevistas, mas que sempre que falassem de suas realizações não esquecessem de mencionar que eles pertencem a um governo. E que passassem à população mensagens de otimismo. Informou que vai fazer uma campanha publicitária para tornar mais palatáveis suas propostas de reforma da previdência.

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Chamou os protestos, como os dos dois últimos dias, contra o impeachment de "amargor por causa da falta de emprego":

"Quando criarmos empregos o amargor vai passar".

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Ressaltou que foi muito aplaudido durante a posse, não havendo motivos, portanto, de dizer, como dizem seus adversários, que é repudiado.

Ainda pediu para divulgarem que não vai a China a passeio:

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"Ninguém passa 63 horas num avião para fazer uma visita de 48 horas".

E enfatizou que foi convidado pelo presidente chinês (que naturalmente quer saber se seu país continuará sendo o principal parceiro comercial do Brasil durante o seu governo).

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O que se extrai desses comentários feitos de improviso é que ele é um sujeito centralizador, autoritário, cuja prática, ao contrário do que ponderou é fazer as coisas "de cima para baixo".

Partindo da premissa de que nem ele nem seus aliados deixarão de ser chamados de golpístas por seus opositores, e de que eles não pretendem levar desaforo para casa, há um claro prenúncio de conflitos para os dois próximos anos.

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Porque os petistas também não levam desaforo para casa, principalmente quando uma presidente é deposta por crimes que não cometeu.

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