Não vai ter goleada
É fato que a oposição vai jogar "em casa", no seu campo, que é a Câmara Federal. Mas não terá toda a torcida a favor. As torcidas estão divididas, como mostram as ruas. O time do Collor não tinha torcida alguma

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Pode-se comparar o jogo do impeachment a um clássico do futebol. A um fla-flu de final de campeonato.
Como sabem as torcidas do Flamengo e do Fluminense trata-se de um jogo difícil, muito disputado e de resultado imprevisível.
Para sair com a taça na mão, a oposição precisa ganhar de goleada. O governo fica com o troféu se empatar ou se perder de pouco.
Não há dúvida, portanto, que o governo é favorito, diriam comentaristas esportivos.
A oposição precisa colocar nas redes do governo 342 gols! Um resultado atípico. Inverossímil. Altamento improvável.
Dirão os derrotistas: "mas Collor levou goleada".
Sim, mas seu time estava completamente desfalcado, não tinha ninguém na defesa e ninguém no ataque. Todos jogavam no time da oposição.
É fato que a oposição vai jogar "em casa", no seu campo, que é a Câmara Federal.
Mas não terá toda a torcida a favor. As torcidas estão divididas, como mostram as ruas. O time do Collor não tinha torcida alguma.
Ademais, torcida é importante, mas o que apavora os jogadores, mais que as vaias, é a possibilidade de não renovarem seus contratos para a próxima temporada.
E não é a torcida que renova seus contratos, mas os dirigentes dos clubes.
Os principais dirigentes do clube da oposição são Eduardo Cunha e Michel Temer.
Tudo o que eles podem prometer está no futuro. "Se vocês ganharem de goleada, tanto o 'bicho' como os novos contratos serão generosos".
No entanto, tudo indica que o prazo de validade de Cunha está expirando, em vários sentidos. A qualquer momento ele pode perder seu cargo de dirigente e, com isso, seu poder.
Como acreditar em promessas futuras de um dirigente que está prestes a cair?
A situação do outro "prócer" não é muito melhor. Ele também corre o risco de ser derrubado por "delatores premiados". E suas promessas irem por água abaixo.
Já os jogadores do governo defendem seu time por convicção e não com base em benesses futuras.
Eles sabem que têm que ganhar ou empatar ou perder de pouco não para obter vantagens futuras, mas porque a goleada da oposição será fruto de um golpe que pode colocar em risco os próximos campeonatos.
Eles vão dar sangue, suor e lágrimas não somente para a sua dirigente completar seu mandato, mas em defesa de algo maior: a democracia.
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