Não, Temer, o povo não é autoritário

O golpe de 1964 representa uma das páginas mais tristes da nossa História republicana; o golpe de 1964 foi apoiado pelos avós ou país de diversos dos personagens que apoiaram o golpe contra Dilma Rousseff e contra a democracia, mas o povo não foi consultado. As decisões sobre os destinos do país hoje são tomadas na FEBRABAN e na FIESP, sem participação do povo

Presidente Michel Temer durante cerimônia, em São Paulo 08/08/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto
Presidente Michel Temer durante cerimônia, em São Paulo 08/08/2017 REUTERS/Leonardo Benassatto (Foto: Pedro Maciel)


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Temer, você está errado.

O pois o povo brasileiro não é autoritário. Autoritária é a elite financeira, assim a elite agrária e a elite industrial. E, além de autoritária, ela é patrimonialista, entreguista, antidemocrática, mentirosa e assistida por uma burocracia ciosa da manutenção e ampliação de seus privilégios.

O povo brasileiro é generoso, trabalhador e sempre lutou contra as injustiças e outras tantas maldades, as quais são tratadas pela elite como posições e encaminhamentos necessários aos interesses nacionais, quando são nada além da defesa dos seus interesses mesquinhos.

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Não foi o povo que realizou um golpe militar de 1889, patrocinado por uma elite agrária vingativa e ressentida; golpe que substituiu a monarquia por uma república de coronéis. O tal Marechal Deodoro, que dizem era um Monarquista, se prestou ao papel de protagonista de um golpe militar que expulsou do país o imperador, "do dia para a noite", tudo sem consultar o povo.

Noutras palavras: não foi dos valores democráticos e republicanos que nasceu a nossa republica, por isso além do golpe de 1889 ocorreram outros tantos.

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É possível citar o chamado "Golpe de Três de Novembro", como ficou conhecido na história do Brasil o golpe do então presidente Marechal Deodoro da Fonseca. O presidente monarquista de forma autoritária dissolveu congresso em 3 de novembro de 1891 e instaurou um estado de sitio; tudo muito legal, afinal ele assinou decretos. Mas o povo não foi consultado sobre a decisão de Deodoro em suspender a constituição e direitos individuais e políticos, simplesmente o exército cercou o Senado e garantiu ampla e "espontânea" adesão ao golpe e os "subversivos", como de praxe, foram presos.

De triste memória o Golpe civil-militar de 1964 (que nasceu em 1950 com a vitória indesejada de Getúlio Vargas - indesejada pelas oligarquias de então, golpe que não aconteceu em 1954 porque Vargas suicidou-se e, transformado em mártir, adiando a sanha de poder daqueles que não tinham e não tem voto).

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O golpe de 1964 representa uma das páginas mais tristes da nossa História republicana; o golpe de 1964 foi apoiado pelos avós ou país de diversos dos personagens que apoiaram o golpe contra Dilma Rousseff e contra a democracia, mas o povo não foi consultado.

As decisões sobre os destinos do país hoje são tomadas na FEBRABAN e na FIESP, sem participação do povo.

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Vale sempre a pena lembrar e citar o grande Ricardo Lodi Ribeiro que afirmou, com sua costumeira inteligência, que os golpes no século XXI não utilizam mais de tanques e baionetas, mas de manipulação de argumentos jurídicos e políticos que querem usurpar o papel da soberania popular na escolha dos governantes, com diligente concurso de uma imprensa vergonhosa, uma imprensa que, segundo Millôr Fernandes, é a verdadeira oposição, o resto seria armazém de secos & molhados e eu acrescento: sempre sem a participação do povo.

Portanto senhor fantoche da elite, não coloque no povo brasileiro responsabilidade que é dos seus senhores.

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