“Não sou político, sou gerente”

Michel Temer com suas reformas, trabalhista, da previdência, e do ensino, quer criar uma categoria de segunda classe, bem definida, adestrada para o trabalho e para o consumo. Junto com João Doria, com seu "eu não sou político, sou gerente", formam uma dupla de seres, diria, do "escritório central", gente muito distante da "cidade dos trabalhadores", como em Metropolis

Michel Temer com suas reformas, trabalhista, da previdência, e do ensino, quer criar uma categoria de segunda classe, bem definida, adestrada para o trabalho e para o consumo. Junto com João Doria, com seu "eu não sou político, sou gerente", formam uma dupla de seres, diria, do "escritório central", gente muito distante da "cidade dos trabalhadores", como em Metropolis
Michel Temer com suas reformas, trabalhista, da previdência, e do ensino, quer criar uma categoria de segunda classe, bem definida, adestrada para o trabalho e para o consumo. Junto com João Doria, com seu "eu não sou político, sou gerente", formam uma dupla de seres, diria, do "escritório central", gente muito distante da "cidade dos trabalhadores", como em Metropolis (Foto: Laurez Cerqueira)


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A cidade, um imenso aglomerado de concreto, aço e vidro, debaixo de um céu cinza, e pequenas naves suspensas circulando em rotas por entre os edifícios.

Da mais alta torre de suntuoso arranha-céu, ricos industriais governam a grande cidade Metropolis, enquanto uma classe inferior de moradores subterrâneos, uniformizados, robotizados, trabalham ininterruptamente operando máquinas que alimentam o poder dos magnatas, seres superiores, do "escritório central".

Em 1926, o cineasta alemão, Fritz Lang, imaginou a sociedade do futuro assim, 100 anos depois (2026), e produziu o filme Metropolis, uma obra prima do Expressionismo alemão, com riqueza de detalhes dos tempos modernos.

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Uma sociedade politicamente estéril, regida por códigos empresariais, comandada por gerentes, tipo "ordem e progresso".

Muito parecida com o modelo idealizado pelos paulistas Michel Temer e João Doria, eleito prefeito da maior metrópole do Brasil.

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Aliás, também regida por códigos religiosos, tamanho o poder que as igrejas exercem, hoje em dia, sobre a sociedade.

Michel Temer com suas reformas, trabalhista, da previdência, e do ensino, quer criar uma categoria de segunda classe, bem definida, adestrada para o trabalho e para o consumo.

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Junto com João Doria, com seu "eu não sou político, sou gerente", formam uma dupla de seres, diria, do "escritório central", gente muito distante da "cidade dos trabalhadores", como em Metropolis.

Parece que Temer e Doria acham que o Brasil é uma grande periferia de São Paulo. É possível que nunca tenham pisado no chão de João Pessoa, Rio Branco, Porto Velho e outras regiões do País.

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A vida política de Temer sempre foi nas rodas de São Paulo e da Câmara dos Deputados, em Brasília, e nada mais. Doria conhece bem os salões de São Paulo e o escritório de suas empresas, na gerência de seus negócios.

Fritz Lang provavelmente não imaginou o poder das grandes corporações de mídia, nos tempos modernos, e o que são capazes de fazer no comando da massa vulnerável.

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Como braço direito do mercado, a mídia senhorial tanto fez que jogou a política na vala de esgoto, para que tenham nojo dela. Evidentemente com a ajuda de muitos políticos inescrupulosos.

Para " os homens do escritório central", política não rima com mercado. Por isso esse circo de horrores.

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Pessoas éticas, comprometidas com os mais elevados valores de liberdade e justiça, com a construção da sociedade democrática, da igualdade de direitos, estão sendo alijadas da política. Estão vendo cada vez mais o espaço democrático se estreitar.

Partidos políticos e instituições populares, que têm função pedagógica para a cidadania, tão importante quanto as escolas convencionais, estão sendo inviabilizados e em seus lugares querem semear a servidão voluntária, a passividade.

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As ações terroristas de demolição das instituições republicanas brasileiras e da democracia, por certas "autoridades" do palco político, judiciário e midiático, parecem ter propósitos de deixar a sociedade assim mesmo, perplexa, atônita, com essa sensação de estar vivendo sobre escombro nacional.

O ódio e a descrença generalizada, muito bem plantados em corações e mentes, pela mídia senhorial, fez o povo acreditar que o Brasil é o pior país do mundo, sem lei, para que, no desespero, peçam "ordem e progresso", as ditas "autoridades" justifiquem a violência do Estado e do "escritório central", e aceitem a ilegalidade em nome da "salvação da Pátria".

Tonou-se bordão dizer que o Brasil está destruído. Curiosamente, isso é dito por gente das duas partes as quais o país foi dividido ao ser atingido pela onda destruidora.

Essa é a guerra dos novos tempos. O domínio agora se dá pela imobilização da população, pela fadiga e pelo medo.

Essa avalanche de fatos criados com fins específicos, notícias ficcionadas, que enchem as redes de comunicação a toda hora, principalmente a internet, são como água de uma enchente que se espraia por todos os cantos, invadindo casas, deixando a população ao relento, a procura de um abrigo qualquer.

Fragilizada, totalmente vulnerável, descrente deste mundo, aceita o que "os salvadores da Pátria" lhe oferecem como única chance para continuar vivendo, ou será abandonada à própria sorte.

Assim, nessa condição de pegar ou largar, aceita-se o que dizem todos dias "os homens do escritório central" de Metropolis, que "recursos naturais estratégicos", "bem público", "serviço público" é a causa de toda a corrupção, de toda a desgraça do Brasil.

"Os homens do escritório central" estão dizendo que destruíram a Petrobras e que a empresa não vale mais nada no mercado internacional e que estão fatiando para facilitar a venda.

O procurador Dallangnol anda dizendo em suas pregações em igrejas evangélicas que a corrupção no Brasil tem origem na colonização portuguesa, que mandou criminosos para cá.

E, para perplexidade geral, comparou com os Estados Unidos, exaltando o país, por ter sido colonizado por evangélicos. O procurador disse isso, talvez, por não ter visto ainda o seriado House of Cards, que expõe as vísceras da corrupção nos governos dos Estados Unidos.

Nesse país de escombros, dizem eles, a solução é reduzir o Estado ao mínimo. Ou seja, o que tiver de empresas estatais, de serviços públicos, a ordem é vender, terceirizar, de preferência para irmandade superior.

E mais, são ordens dos "homens do escritório central" acabar com direitos sociais.

As reformas trabalhista, da previdência, do ensino, vão afastar de vez com as pretensões da classe inferior, moradora da cidade subterrânea, de ocupar postos de comando em Metropolis.

Para eles, os trabalhadores não precisam pensar, ter direitos, nem de participação em nada. Basta salário, consumo, entretenimento, "ordem e progresso".

"Os homens do escritório central" acham que pensam por todos e sabem o que todos precisam.

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