Não levou desaforo para casa

"Temer não tem do que se queixar: o ministro Fábio Medina Osório cumpriu suas ordens, não levou desaforo para casa. Só que, ao contrário do exemplo que Temer apresentou na primeira e inesquecível reunião ministerial, o desaforo partiu de dentro do palácio e não das linhas inimigas", escreve Alex Solnik, em artigo no 247; Padilha mandou espalhar que Osório fora demitido por querer interferir na Lava Jato. E ponto final. Achou que o assunto estava enterrado. Osório reagiu: foi à Veja contar a sua versão. E a sua versão é arrasadora. E diametralmente oposta à de Padilha", destaca o jornalista, que agora questiona: "A situação vai se ver numa saia justa: vai defender o governo ou a Lava Jato?"

"Temer não tem do que se queixar: o ministro Fábio Medina Osório cumpriu suas ordens, não levou desaforo para casa. Só que, ao contrário do exemplo que Temer apresentou na primeira e inesquecível reunião ministerial, o desaforo partiu de dentro do palácio e não das linhas inimigas", escreve Alex Solnik, em artigo no 247; Padilha mandou espalhar que Osório fora demitido por querer interferir na Lava Jato. E ponto final. Achou que o assunto estava enterrado. Osório reagiu: foi à Veja contar a sua versão. E a sua versão é arrasadora. E diametralmente oposta à de Padilha", destaca o jornalista, que agora questiona: "A situação vai se ver numa saia justa: vai defender o governo ou a Lava Jato?"
"Temer não tem do que se queixar: o ministro Fábio Medina Osório cumpriu suas ordens, não levou desaforo para casa. Só que, ao contrário do exemplo que Temer apresentou na primeira e inesquecível reunião ministerial, o desaforo partiu de dentro do palácio e não das linhas inimigas", escreve Alex Solnik, em artigo no 247; Padilha mandou espalhar que Osório fora demitido por querer interferir na Lava Jato. E ponto final. Achou que o assunto estava enterrado. Osório reagiu: foi à Veja contar a sua versão. E a sua versão é arrasadora. E diametralmente oposta à de Padilha", destaca o jornalista, que agora questiona: "A situação vai se ver numa saia justa: vai defender o governo ou a Lava Jato?" (Foto: Alex Solnik)


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Temer não tem do que se queixar: o ministro Fábio Medina Osório cumpriu suas ordens, não levou desaforo para casa.

Só que, ao contrário do exemplo que Temer apresentou na primeira e inesquecível reunião ministerial, o desaforo partiu de dentro do palácio e não das linhas inimigas.

Eliseu Padilha demitiu Osório, Osório não aceitou. (Mais ou menos, guardadas as devidas proporções como no episódio em que Paulo Henrique Ganso recusou-se a sair de campo quando o técnico quis substituí-lo.)

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Gaúchos ambos, os dois bateram cabeça.

Advogado Geral da União, o que não é pouca coisa, Osório disse que só saía demitido por Temer e não por um ministro como ele:

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"Que governo é esse, onde ministro demite ministro?"

Padilha chamou Temer, que consumou a demissão por telefone.

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E tinha uma carta na manga para o cargo agora vago: Grace Mendonça, que trabalhava com Osório.

Elementar meu caro Watson: era a mulher que faltava no primeiro escalão.

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Embora fosse do segundo.

O "Maquiavel de Tietê" deu aquela risadinha entredentes, como quem diz algo como "não contavam com a minha astúcia".

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Padilha mandou espalhar que Osório fora demitido por querer interferir na Lava Jato. E ponto final. Achou que o assunto estava enterrado.

Osório reagiu: foi à Veja contar a sua versão.

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E a sua versão é arrasadora. E diametralmente oposta à de Padilha. Ele diz que pediu à Polícia Federal acesso a inquéritos de aliados do governo para abrir ações de improbidade administrativa contra eles e não os proteger, como insinuou Padilha.

A Polícia Federal enviou os inquéritos de Arthur Lira, Benedito Lira, Dudu da Fonte, João Alberto Piz­zolatti Junior, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria, Nelson Meurer e Roberto Teixeira, do PP e de Renan Calheiros, Valdir Raupp e Aníbal Gomes, do PMDB.

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Osório recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal para conhecer os inquéritos, mas, apesar de a Advocacia-­Geral da União precisar somente copiar os inquéritos em um HD, eles não chegavam até ele. A secretária encarregada da cópia, Grace Fernandes Mendonça, alegava repetidamente não encontrar um HD externo.

"Me parece que o ministro Padilha fez uma intervenção junto a Grace Mendonça, que, de algum modo, compactuou com essa manobra de impedir o acesso ao material da Lava-Jato", disse Osório à Veja.

A sub que o enganava com os documentos ganhou imediatamente o seu lugar.

Osório ofereceu à Veja uma grande manchete: "O governo quer abafar a Lava Jato".

Confirmou, portanto, a narrativa insinuada por Romero Jucá na famosa gravação que o derrubou do ministério do Planejamento.

É o primeiro escândalo do governo empossado há dez dias.

E que escândalo!

A primeira grande crise. Um recorde!

Como sabemos, todas as quedas de presidentes, desde 1992, começaram na capa da Veja.

Ao acusar o governo, Osório acusa Temer. Já delatado na Lava Jato, é o principal interessado em melar a operação.

Isso, sim, é obstrução à Justiça!

Ou Temer joga Padilha ao mar, ou vai fazer de conta que não viu e não ouviu.

Mas... derrubar mais um ministro? É crise sobre crise.

A essa hora o palácio deve estar procurando estratégias para atenuar os efeitos do incêndio a bordo.

Mas apagar incêndio com o Titanic em movimento é complicado.

A oposição poderá pedir uma CPI: a CPI da Lava Jato, com base nas declarações de Osório à Veja.

A oposição pode ser pequena, mas é barulhenta.

A situação vai se ver numa saia justa: vai defender o governo ou a Lava Jato?

A opinião pública, que já não vai com a cara do Temer ganhou mais um forte argumento para rejeitá-lo.

Tudo o que Temer temia, mas não queria que acontecesse.

E isso é apenas o começo de um governo ilegítimo. Mas pode ser o fim.

A "Buzina do Chacrinha" era um programa que "acaba quando termina".

Este é um governo que acaba quando começa.

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