Não fechamos a conta
Há problemas estruturais na economia que merecerem atenção e reformas urgentes
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A economia mundial não vem ajudando a dura tarefa da presidente Dilma Rousseff de reequilibrar os devaneios da política fiscal e reorganizar a casa que ela parece ter feito questão de desorganizar. Foram 12 anos de luta institucional para uma credibilidade forte, para um Banco Central independente e uma política econômica capaz de garantir um ambiente de negócios alinhado a nova realidade da ordem mundial.
O momento para um choque de modernização foi perdido, e o país sofre com as agruras de ter perdido este importante momento. A perda do timing no momento atual prejudicou todo o horizonte de planejamento, que teve como conseqüência a perda de negócios e investimentos que poderiam reforçar o caminho do desenvolvimento econômico e social.
Foram ações impulsivas, parciais e totalmente desarticuladas perante a sociedade empresarial que fizeram que chegássemos a um desastroso déficit. As metas fiscais, que garantem uma chancela de confiança junto aos mercados não é mais objeto indispensável no tabuleiro econômico.
Há problemas estruturais na economia que merecerem atenção e reformas urgentes: mesmo com números crescente de emprego, o volume de recursos despejados no custeio do auxilio desemprego crescem, ou seja, mesmo com uma exponencial taxa de ocupação, há desencontro entre os usuários da garantia social e do mercado de trabalho. Precisa-se verificar de forma estrutural o problema.
Aportes adicionais nas contas de seguro desemprego oneram o sistema.
Se por um lado a economia nacional não cresce, esperar ajuda do mercado externo é ainda mais temerosa. Os governos estrangeiros tão pouco se esforçam em mobilizar suas agendas para ajudar seus pares e criarem uma integração econômica capaz de gerar ganhos mútuos.
A verdade é que há muita coisa acontecendo dentro de seus territórios, o que os fazem incapazes de olhar além muros... Enquanto a Europa sofre uma verdadeira liquidação de ativos, com patrimônios históricos colocados a venda, que vão desde ilhas a prédios, empresas chinesas fazem compras que prometem mudar o mapa da influencia econômica. Há uma dinamização das empresas chinesas em outros territórios.
Isolamento econômico pode a principio garantir alguma melhora nos níveis de crescimento econômico. Porém, no longo prazo, provam-se inconformidades horrendas. Vejamos os exemplos seguidos pela Venezuela e seu mix de popularismo, isolamento comercial e distorção das liberdades individuais.
A China inicia uma profunda e necessária reforma interna, a fim de garantir a existência de um mercado interno com renda, disposição a gastar e demandas de incremento qualitativo que até então sua sociedade desconhece. A integração cultural, a ampliação da sua atuação e a troca econômica fará com que o avanço econômico chinês torne benéfico a grande parte de sua população.
As ferramentas a serem utilizadas neste momento transitório, de aprimoramento das relações institucionais serão decisivas na forma como se estabelecerá a confiança mundo x China.
Enquanto este debate mundial se aprofunda, o governo Dilma precisa remontar suas estratégias fiscais para que, em dois meses, consiga os resultados necessários para entregar parte do superávit fiscal e recuperar, mesmo que provisoriamente, ou parcialmente, a confiança em seus controles de gastos.
Há alguns pontos que serão utilizados, como por exemplo, o incremento da receita do leilão do campo de Libra e Programa REFIS para turbinarem os resultados do esforço fiscal.
Mesmo que tais números acrescentem expectativa na aferição da meta, a questão institucional já está colocada como insuficiente. O governo federal errou a mão na forma como aplicou a desoneração, e não conseguiu gastar de forma eficiente para que a econômica nacional conseguisse gerar valor que pudessem ser transformados em fontes de arrecadação.
De todo modo, há uma necessidade latente do governo em se voltar os rumos da condução da sua política para algo mais concreto, ortodoxo e que retome a confiança no país, garantindo mais anos de crescimento, investimento em infraestrutura e melhora social.
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