Não eram cenas de carnaval de rua, mas encenação de sadomasoquismo, irmão gêmeo da tortura
Colunista Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, afirma que as imagens obscenas postadas por Jair Bolsonaro no Twitter "não era uma manifestação espontânea do carnaval de rua como o presidente escreveu e sim uma produção 'artística' com fins comerciais, uma encenação e o vídeo não estava disponível publicamente e sim num site pornô"; "No filme "Saló", de Pier Paulo Pasolini, nazistas prendem num casarão soldados italianos, fazem deles seus escravos sexuais e depois os matam. Acho que não precisa dizer mais nada para explicar porque a cena interessou tanto ao capitão", acrescenta
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia
Uma das dúvidas acerca do vídeo sadomasoquista – como Bolsonaro o encontrou? – foi, finalmente, dissipada.
A outra – era uma cena espontânea de carnaval de rua? – também.
Em matéria d'"O Globo", uma produtora de vídeos pornô – que não diz o seu nome - assume a autoria da performance e da gravação, realizada durante o carnaval, em São Paulo.
Ou seja: 1) não era uma manifestação espontânea do carnaval de rua como o presidente escreveu e sim uma produção "artística" com fins comerciais, uma encenação e 2) o vídeo não estava disponível publicamente e sim num site pornô.
Só tiveram acesso a ele frequentadores desse site. Até que Bolsonaro viralizou para ao menos 3,4 milhões de pessoas, de todas as idades, aquilo que seria visto por meia dúzia de adultos que gostam de assistir ou praticar sadomasoquismo.
Sadomasoquismo é irmão gêmeo da tortura, como se constata no livro "Os 120 dias de Sodoma", do Marquês de Sade e no filme "Saló", de Pier Paulo Pasolini.
No livro, um grupo de ricaços sequestra homens e mulheres e os submete, trancados num castelo, por quatro meses, a sessões extenuantes em que todas as perversões são permitidas e o objetivo é chegar ao prazer infligindo dor aos outros e a si próprio.
No filme de Pasolini, inspirado em Sade, oficiais nazistas prendem num casarão soldados italianos, fazem deles seus escravos sexuais e depois os matam.
Acho que não precisa dizer mais nada para explicar porque a cena interessou tanto ao capitão.
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