Não é fácil derrotar um populista de extrema direita
Para o jornalista Alex Solnik, “Trump está dando uma demonstração de força” nestas eleições. “Por todas as maldades que já cometeu deveria ter sido varrido do mapa nessas eleições, mas está pau a pau com Biden”, argumenta. Segundo ele, daqui a dois anos, em 2022, será a vez dos brasileiros contra o populismo de extrema direita
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Ganhando ou não as eleições, Trump está dando uma demonstração de força. Por todas as maldades que já cometeu deveria ter sido varrido do mapa nessas eleições, mas está pau a pau com Biden.
Tal como se dá com Bolsonaro aqui, suas atitudes toscas e retrógradas, supremacistas, machistas, negacionistas, suas injúrias e calúnias diárias, seus ataques à liberdade de expressão e de imprensa, suas piadinhas sujas, seu desprezo às pessoas mais humildes, ao meio ambiente, sua frieza, crueldade não tiram apoio, não tiram voto, como nós imaginamos. Até ajudam.
Parece que os norte-americanos e os brasileiros gostam desses tipos, vazios e engraçados, grosseiros e palhaços, autoritários. Mandões.
A gente sempre acha que por serem assim serão reprovados nas urnas; mas não são.
E eu acho que isso tem explicação. A máquina de propaganda. A começar deles. Tanto Trump como Bolsonaro falam mais que a boca, falam o dia inteiro, sem parar, das primeiras horas da manhã até às últimas da noite, por todos os meios de comunicação. Pautam o país. A cara e a voz deles está em todos os lugares.
Depois, usam todos os meios. Todos. Multiplicam suas mensagens que chegam a dezenas de milhares de pessoas. De tanto falar, impõem as suas narrativas. Usam o mesmo expediente criado por Joseph Goebbels.
O principal objetivo de seu ministério da propaganda era colocar a cara e a voz de Hitler no cinema, no rádio, nos jornais, todos os dias, muitas vezes ao dia, sorrindo, beijando criancinhas, ganhando flores de estudantes. Foi o criador do culto à personalidade.
Graças à máquina de propaganda de Goebbels o monstro era adorado pelas multidões, até mesmo pelas crianças.
A máquina de propaganda possibilita a Trump disputar pau a pau com Biden em plena mortalidade causada pela pandemia que ele desprezou.
É a máquina de propaganda que aumenta os índices de popularidade de Bolsonaro, apesar de sua absoluta incompetência para comandar o Brasil.
É o que o mantém com 40% de aprovação, para total espanto e perplexidade geral.
Eles falam sem parar, eles são carismáticos, eles são palhaços. E os brasileiros e os norte-americanos médios se identificam com eles. Se identificam com sua grosseria, seu machismo, sua incultura. E votam neles.
A eleição nos EUA está mostrando como é difícil derrotar um populista de extrema direita.
Daqui a dois anos será a nossa vez.
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