Não é esquerda versus direita; é civis versus militares

"As oposições civis, da esquerda à centro-direita, a exemplo do que ocorre em outros países subjugados por autarcas, deveriam esquecer seus projetos partidários, formular uma agenda mínima comum e enfrentar os militares, liderados por Bolsonaro, em bloco, com um candidato só", defende o jornalista Alex Solnik



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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia 

É lamentável que as oposições enxerguem a eleição presidencial de 2022 como outra disputa qualquer que aconteceu desde a redemocratização.

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A diferença fundamental é que nos primeiros sete pleitos diretos que se seguiram, a partir de 1989, o embate se deu entre candidatos civis; no oitavo, um dos candidatos, que era militar, venceu e a próxima eleição se dará entre civis e militares, porque o capitão que está na presidência comanda um governo militar, dado que o núcleo duro do governo é formado por generais da reserva – Braga Netto, Ramos e Heleno – e eles são os principais formuladores das políticas do governo, tendo ascendência sobre os demais ministros.

Pela primeira vez desde a redemocratização não há um partido político no poder. Os civis foram alijados. O verdadeiro partido de Bolsonaro é o Partido Militar. Os demais, ele usa para se eleger ou para obter apoio no Congresso. É como uma roupa que ele veste no período eleitoral e depois joga fora.

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É evidente que, como qualquer grupo que chega ao poder, o grupo militar quer ficar por muito tempo, quanto mais tempo melhor.

O pleito de 2022 vai ser um divisor de águas: se Bolsonaro se reeleger, o ciclo militar será inevitável; se ele fracassar, os civis voltam ao poder.

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É esse o cenário que se descortina.

Será muito difícil derrotar Bolsonaro, que tem uma poderosa máquina de propaganda a seu serviço, apoiadores fanáticos tanto religiosos quanto militares, a caneta na mão e está atraindo as classes C e D, além de setores da direita ao seu grupo de extrema-direita.

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As oposições civis, da esquerda à centro-direita, a exemplo do que ocorre em outros países subjugados por autarcas, deveriam esquecer seus projetos partidários, formular uma agenda mínima comum e enfrentar os militares, liderados por Bolsonaro, em bloco, com um candidato só, o que estiver melhor nas pesquisas, já no primeiro turno.

Não devem deixar para o segundo turno o que podem fazer no primeiro.

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