Não dá para Aras não denunciar Bolsonaro

"Se for verdade apenas 50% do que se comenta que aconteceu na reunião já dá para dizer que o PGR Augusto Aras não poderá deixar de oferecer denúncia contra Bolsonaro, sejam quais forem as declarações de outros envolvidos no inquérito", defende o jornalista Alex Solnik

Augusto Aras e Jair Bolsonaro
Augusto Aras e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação)


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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

Ninguém sabe, por enquanto, qual é o conteúdo na íntegra do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, à exceção do STF, de Moro e de seus advogados e do representante do palácio, que o assistiram hoje, mas pelo que já transpirou podemos concluir que os assuntos não foram tratados de forma republicana e que insultos, palavrões e grosserias foram proferidas, inclusive pelo presidente da República e inclusive contra o STF, assim como estão lá as ameaças que Moro diz ter recebido se não trocasse as chefias da PF do Brasil e do Rio.

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Se for verdade apenas 50% do que se comenta que aconteceu na reunião já dá para dizer que o PGR Augusto Aras não poderá deixar de oferecer denúncia contra Bolsonaro, sejam quais forem as declarações de outros envolvidos no inquérito, como os três generais do Planalto, que depõem hoje, evidentemente não sobre essa reunião ministerial, que é uma prova por si mesma, mas sobre o encontro reservado que tiveram com Moro depois dessa.

Está claro também que o vídeo é uma poderosa prova acusatória contra Bolsonaro, na qual Moro aparece como vítima, independentemente do fato de a íntegra do vídeo se tornar pública ou não, o que, depreende-se das repercussões provocaria um grande escândalo, muito maior do que vão provocar as descrições disponíveis por enquanto, formuladas por participantes da reunião, mesmo porque Bolsonaro já tratou de apresentar sua versão a repórteres agora há pouco.

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Segundo ele, a proteção aos filhos de que fala no vídeo é preocupação com a segurança pessoal, mas é conversa para boi dormir, porque ele mesmo disse logo em seguida que quem cuida da segurança deles não é a Polícia Federal e sim o Gabinete de Segurança Institucional, do general Augusto Heleno.

Como o encontro durou quatro horas, é impossível alguém lembrar-se de tudo o que foi falado, o que temos são trechos, peças de um quebra-cabeças que não pode mais ser destruído, como Bolsonaro insinuou que seria ou deveria ter sido, se dependesse dele.

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