Não ao marco temporal
O macho branco quer tomar as terras dos quilombolas, o macho branco quer tomar a terra dos índios, a posse da terra é a cachaça do macho branco; desde que chegou aqui o macho branco não tem feito outra coisa além de roubar terras, desmatar, destruir e poluir
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Por Lelê Teles
Ontem, 25, estive na marcha com os povos originários até a Praça dos Três Poderes, os ministros do STF iriam votar uma jabuticaba chamada Marco Temporal que tem como finalidade estabelecer que os povos originários necessitam provar que ocupavam as terras em que vivem desde pelo menos a promulgação da constituição de 1988.
Como sabemos, essa é uma demanda do macho branco: das mineradoras, dos garimpeiros, dos madeireiros, dos plantadores de soja e dos criadores de gado....
Não nos esqueçamos que o termo "grilar" terras vem de uma fraude que o macho branco cometia (comete) para "esquentar" documentos públicos dando a ele a posse de terras que nunca o pertenceu.
Alegam, por esse subterfúgio, uma falsa herança, um falso direito de propriedade, fazem uma falcatrua.
Os povos originários não irão recorrer a estas fraudes, o que pedem é que a lei seja justa e não sirva como instrumento para benefício de uns e a ruína de muitos outros.
O macho branco quer tomar as terras dos quilombolas, o macho branco quer tomar a terra dos índios, a posse da terra é a cachaça do macho branco; desde que chegou aqui o macho branco não tem feito outra coisa além de roubar terras, desmatar, destruir e poluir.
Mandam e desmandam, matam e desmatam!
A marcha até o STF foi pacífica e, mesmo instrumentos e ferramentas tradicionais, como arcos e flechas, foram deixados de lado.
Houve cantos, danças e gritos de protestos.
Há mais de 5 mil pessoas de mais de 100 etnias engajadas nessa luta em Brasília; homens, mulheres, jovens, crianças...
No acampamento, armado próximo ao Teatro Nacional, há diversas atividades lúdicas e políticas; todos estão vacinados e todos estão se cuidando e cuidando uns dos outros.
Bolsonaro provocou o STF a não permitir a manifestação dos povos originários; o MotoBoi, que anda pra cima e pra baixo sem máscara, cuspindo perdigotos e se esfregando em sua gente fanática, alegou que preocupava-se com a saúde das pessoas e procurava evitar aglomerações.
O STF não lhe deu ouvidos, espero que ouça o grito de desespero dos povos que estão sendo massacrados pela política implantada pelo Menino da Porteira, o ecocida de óculos infantis plantado por Bolsonaro no Ministério do Meio Ambiente pra fazer a boiada passar.
É preciso estar a tento e forte, os tempos são sombrios e cabulosos; há um Necrarca nos governando, um senhor da morte, um ecocida enlouquecido.
Há que se lançar luz onde há trevas.
Essa é uma luta de todos nós, vamos precisar de todo mundo.
É uma questão de vida ou de morte.
Não ao marco temporal!
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