Não adianta reclamar de falta de pesquisas, há que mandar fazer

Quanto mais o tempo avançar mais o povo perceberá a burrada que fez ao apoiar o impeachment. A ordem do dia, portanto, é a resistência ao golpe encomendar e divulgar pesquisas sobre a suposta nova posição dos brasileiros em relação a Dilma

Brasília - DF, 12/08/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante entrevista com Kennedy Alencar para o Jornal do SBT. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Brasília - DF, 12/08/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante entrevista com Kennedy Alencar para o Jornal do SBT. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR (Foto: Eduardo Guimarães)


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Um dos assuntos mais comentados nas redações, no Congresso e, claro, na internet é uma pesquisa Datafolha sobre a aprovação ao governo Temer e o apoio dos brasileiros ao impeachment. A pesquisa teria sido engavetada após a Folha de São Paulo, que controla o instituto, ter descoberto que, agora, a maioria rejeita o impeachment de Dilma e o repúdio ao “governo” Michel Temer já seria uma quase unanimidade.

De fato, é estranho. Há quase 60 dias não é feita uma pesquisa sobre o impeachment e até agora não se sabe como a população está vendo o governo provisório de Temer.

última pesquisa sobre o apoio ou rejeição dos brasileiros ao impeachment de Dilma foi divulgada em 10 de abril. Naquele momento, o apoio à queda da presidente da República havia caído de 68%, em 18 de março, para 61%. Além disso, 58% rejeitavam que Michel Temer assumisse o cargo de presidente.

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Vale dizer que, na pesquisa divulgada em 10 de abril, também havia caído de 65% para 60% o apoio ao afastamento de Dilma pelo Senado.

A dinâmica do governo Michel Temer sugere que a situação pode ter melhorado para Dilma e piorado para o presidente em exercício. Em menos de um mês, o governo já perdeu dois ministros e outros três encontram-se na marca do pênalti.

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Além disso, segundo a Folha de São Paulo, no despacho em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede ao STF para abrir inquérito contra o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, é dito que a doação de R$ 5 milhões que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro teria feito Temer seria propina cuja moeda de troca seria uma obra no aeroporto internacional de São Paulo.

Para completar o quadro, ministros de Temer andaram propondo reduzir o atendimento público de saúde à população e retirada de direitos trabalhistas como FGTS, férias, 13º salário etc. É praticamente impossível que a população não esteja assustada e revoltada com essas ameaças do governo provisório.

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A versão sobre a reviravolta nas pesquisas cresceu tanto e ganhou tanta força que a presidente Dilma, em entrevista recente à rede de televisão do Catar Al Jazeera, insinuou que não estão sendo feitas pesquisas de opinião porque os institutos de pesquisa mais famosos são controlados por seus inimigos políticos e estes não querem que o povo saiba que agora a maioria dos brasileiros é contra o impeachment.

Confira, abaixo, a recente entrevista da presidente à rede de televisão árabe na qual ela afirma que não estão sendo feitas pesquisas porque estas revelariam que, agora, a população é contra o impeachment.

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A versão de que vão esconder as pesquisas que mostram que os brasileiros não querem mais o impeachment até que o Senado vote pelo afastamento definitivo de Dilma é preocupante para quem sabe que, no Brasil, esses grupos de mídia que controlam os institutos de pesquisa não hesitariam em manter os brasileiros “no escuro” até que a situação se torne irreversível.

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Câmara e Senado abriram o processo contra Dilma Rousseff pressionados por pesquisas de opinião que diziam que a maioria dos brasileiros quereria que ela fosse destituída do cargo. Se não for mais assim, é óbvio que mais senadores poderão votar contra o impeachment. E todos sabem que faltam poucos para barrar o golpe.

Contudo, é preocupante que tantas denúncias sobre ocultação de pesquisas estejam sendo feitas por jornalistas, partidos políticos e até pela própria presidente da República sem que os denunciantes façam alguma coisa para impedir que esse golpe seja aplicado nos brasileiros.

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É óbvio que um blogueiro ou os cidadãos comuns não podemos fazer nada quanto à ocultação de pesquisas, mas partidos políticos, movimentos sociais e sindicais que repudiam o impeachment têm todos os meios de encomendar sondagens da opinião pública.

A Central única dos Trabalhadores, por exemplo, vinha encomendando pesquisas ao instituto Vox Populi. A Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, tem seu próprio sistema de pesquisas de opinião.

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Não adianta ficar denunciando que os grandes institutos de pesquisa, controlados pela mídia antipetista, estão escondendo sondagens favoráveis a Dilma e desfavoráveis a Temer. Dilma tem sido uma valquíria na luta contra o golpe. Se tiver em mãos pesquisas mostrando que a população agora repudia o golpe, ninguém a segura mais. A mídia terá que tocar no assunto e, mais, não terá outro remédio além de divulgar suas pesquisas.

O tempo urge. A comissão golpista do impeachment, no Senado, está tentando acelerar o golpe porque sabe que o tempo trabalha contra os golpistas. Quanto mais o tempo avançar mais o povo perceberá a burrada que fez ao apoiar o impeachment. A ordem do dia, portanto, é a resistência ao golpe encomendar e divulgar pesquisas sobre a suposta nova posição dos brasileiros em relação a Dilma. Enquanto é Tempo.

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