Não acontece mais nada
Será que como parece que não acontece mais nada com a família Bolsonaro e seus comandados, vamos ter que começar a pintar, de novo?
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Um dia, no distante mês de julho de 2009, fui com um amigo na Feira do Livro de Ribeirão Preto (SP) para assistir a uma palestra do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony. No auditório do Teatro Pedro II lotado, a jornalista mediadora perguntou por que ele, em meados dos anos 70, havia parado de escrever.
A explicação foi que, como a época era dos anos de chumbo, em plena ditadura militar, os artigos escritos para os jornais não serviam para mais nada. Esse foi o motivo por que ele resolveu parar de escrever e começar a pintar.
Será que como parece que não acontece mais nada com a família Bolsonaro e seus comandados, vamos ter que começar a pintar, de novo?
E como parece que não acontece mais nada mesmo, fui desencavar esse desenho do modelo hidrogeológico conceitual preliminar elaborado em 2009, no mesmo ano da Feira do Livro, com a finalidade de se obter uma melhor compreensão do sistema de fluxo da água subterrânea do Aquífero Guarani no município de Ribeirão Preto (SP) e região.
Segundo esse modelo proposto, as águas de infiltração das chuvas na região entram, diretamente, pela sua porção Sudoeste e caminham para o Nordeste, acompanhando o sentido de drenagem principal dos rios, até chegarem ao Rio Pardo. O seu entendimento é importante no gerenciamento da quantidade de água existente nesse importante reservatório subterrâneo. O município de Ribeirão Preto, por exemplo, depende e é abastecido totalmente pelas águas do Aquífero Guarani.
No entanto, como nunca tive habilidade para o desenho ou para a pintura pensei agora, nos meus sessenta e seis anos de idade, em retomar esse desenho feito, e pintar o desenho do modelo hidrogeológico para, quem sabe, melhorar a sua visualização em profundidade ou em 3D, para seu entendimento ficar mais claro.
Por que não?
Não é isso que os sexagenários, que nem eu, andam fazendo de montão, desencavando os ossos do passado, para não ficarem louquinhos da silva, em quarentena radical, por causa dessa pandemia instalada no nosso Brasil varonil?
Pois, muito bem, fique a vontade, pegue uma caixa de lápis de cor da “Faber”, que sobrou na sua gaveta das tranqueiras do ginásio, e vá à luta.
Volte a pintar, nem que seja para colorir um pouco dos seus sonhos.
“Sonhar é acordar-se para dentro.” (Mário Quintana).
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