Nada a comemorar no dia da Amazônia em época de sua destruição
Plano de Bolsonaro e Trump segue firme para transformar a gigantesca floresta em campos de soja, gado e mineração
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Dia da Amazônia neste 5 de setembro. Nada a comemorar. Pelo contrário, apenas lamentar. E lamentar muito, em dimensões mundiais, porque a maior, mais rica e mais bonita floresta tropical está no inferno das chamas, que lhe consome todos os dias incontáveis riquezas em água, chuvas, ventos, sombras e biodiversidade, entre outros preciosos ativos ambientais essenciais que ela representa para bem-estar dos habitantes da região Norte, do Brasil, das Américas e de mundo inteiro, a começar da forte influência que ela tem para o equilíbrio climático da Terra.
Nada a comemorar no dia alusivo à floresta amazônica, nossa maior riqueza, que mesmo já destruída em elevados e perigosos 20% ante a irreversibilidade do meio ambiente, ainda é o grande diferencial que temos para mostrar e oferecer ao mundo. Mas apenas lamentar e lamentar profundamente porque dezenas de fatos e evidências ocorridos nos últimos oito meses já nos dão a certeza que temos um presidente da República que veio simplesmente para destruir o Brasil e doar o que sobrar dele para os Estados Unidos, eterno e insaciável perseguidor de nossas grandes riquezas naturais.
Brigando com tudo e com todos, interna e externamente, Jair Bolsonaro semeia todos os dias a afronta à Constituição, à legalidade, à justiça e ao bom senso de todos que querem melhorar de vida neste que ainda é, apesar dos saques seculares, um dos países mais ricos do mundo, com matérias-primas abundantes e sol e terra disponíveis o ano inteiro para dar fartura de alimentos a seus 210 milhões de habitantes e vendendo o restante lá fora para podermos ter moedas e importarmos o que o mundo também tem de bom a nos oferecer.
De longe, a maior das afrontas do presidente de origem miliciana à atual e futuras gerações de brasileiros tem sido a de propagar, mesmo antes de tomar posse no cargo, a destruição da floresta amazônica para transformá-la em gigantescos campos de soja, de gado e de mineração para serem explorados “em parceria” com grandes empresas norte-americanas, conforme Bolsonaro já disse em alto e bom som após se encontrar pela primeira com Donald Trump.
Uma parceria que, na prática, por agregar pouca mão-de-obra, vai gerar apenas riquezas para alguns poucos poderosos empresários norte-americanos gerarem empregos e renda lá fora, deixando as dezenas de milhões de desempregados e subempregados brasileiros mais uma vez chupando o dedo e desesperados por verem os imensos bens naturais do seu país sendo explorados em benefício apenas de forasteiros.
Isso tudo dentro de trama diabólico engendrado por Bolsonaro e Trump para o presidente brasileiro propagar, através da bondosa e mercenária grande mídia brasileira, a destruição da grande floresta através do crime organizado, fomentado há décadas na região por grandes madeireiros, pecuaristas, sojicultores e mineradores inescrupulosos, para minar as incalculáveis riquezas de seus bens naturais.
Como bem reconheceu esta semana, aliás muito tardiamente, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que só agora, ao final de seu mandato de rainha pomposa do judiciário tupiniquim, veio a público dizer, em entrevista à imprensa, que caiu na real da existência dos malefícios do nosso velho e conhecido faroeste amazônico, prometendo investigá-lo e puni-lo.
A coragem tardia da chefe do Ministério Público brasileiro, no entanto, de nada vai adiantar porque Bolsonaro, como tem feito em todas as nomeações que seu cargo de presidente permite fazes para os postos de comando administrativo do país, está designando um novo procurador-geral da República que em nada deve atrapalhar o avanço de seu plano maléfico com Trump de retardar a fiscalização e seguir com os incêndios que neste mês de setembro já estão arrasando mais ainda a floresta mais essencial ao equilíbrio climático do planeta.
E, claro, consolidando o primeiro grande passo rumo à consolidação do plano da Amazônia dos campos de soja, de gado e de mineração de ouro, diamantes, nióbios, petróleo e outros minerais valiosos existentes no subsolo da região. Mesmo que tudo isso represente, em futuro não muito distante, a impossibilidade da existência da própria vida na Amazônia porque, sem essa gigantesca floresta, não haverá, na região e na maior parte do restante do país, mais água para beber e produzir, ar puro para respirar, sombra para fugir do sol ardente das savanas, fármacos para curar, cosméticos para se enfeitar e outros ativos ambientais essenciais à vida das pessoas e dos animais, segundo atestam e alertam há décadas cientistas de todo o mundo.
Do outro, preservada e explorada de forma sustentável, as riquezas naturais da aniversariante do dia poderiam dar muito bem um novo start necessário para garantir a explosão da melhoria da qualidade de vida para todo o povo brasileiro de todas as regiões do país. Só para ficar no gigantesco lençol subterrâneo da água doce existente ao longo de toda a bacia hidrográfica da Amazônia, considerada a maior do mundo, representa um potencial de riqueza da ordem de US$ 2 quatrilhões, valor já estimado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que representa nada menos que 100 PIBs anuais dos Estados Unidos.
Comemorar o que no Dia da Amazônia em época de destruição de sua existência e dos sonhos do grande bem que ela poderia fazer para a atual e futuras gerações do Brasil e, claro, do restante do planeta?
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