Na “frente” a luta é mais ampla, mais intensa e consequente!
Este dezembro marca-se por ruídos novos e de intensos significados. O povo brasileiro demarcou as ruas como espaços eloquentes e sagrados de defesa de seus direitos, sobretudo do direito à democracia
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Este dezembro marca-se por ruídos novos e de intensos significados.
Não são somente as lojas, ônibus, metrôs e trens que recebem o povo em suas movimentações natalinas.
O povo brasileiro demarcou as ruas como espaços eloquentes e sagrados de defesa de seus direitos, sobretudo do direito à democracia.
Ontem, noite de 22 deste dezembro, na avaliação feita pela coordenação das manifestações da Frente Brasil Popular de Goiás, destaquei dois pontos que sintetizo aqui.
Primeiro, as lideranças comprometidas com os movimentos sociais e com a luta pelos direitos sociais em todos os campos – nos parlamentos, no executivo, nos segmentos em que cada um milita – falaram-se e ouviram-se na organização e nas manifestações.
Um dos erros da chamada esquerda foi a perda do caráter de "frente" da luta nos parlamentos e nos governos, buscando políticas públicas afirmativas. Cada corrente, envaidecida, tentou impor sua hegemonia e dominar as outras, puxando tapetes de pessoas contributivas, inclusive.
As atitudes de arrogância abriram feridas, magoaram e fragilizaram a necessária energia para mudar nossa realidade cruel. Em todos os lugares institucionais veem-se tristezas e feridas causadas por arrogâncias dos donos da verdade.
Isso abriu espaços para os inimigos do povo e para o golpe.
No dia 16, no entanto, todos baixaram as guardas para ouvir o que o outro tinha a dizer.
Isso fertilizou unidade, objetivo enfático do caráter da "frente".
"Frente" é a conjugação das diferenças e dos diferentes. É a arte de juntar com e apesar das diferenças.
Na amálgama das diferenças o milagre é encontrar e burilar o tesouro da unidade.
Foi isso que se viu no dia 16. Desde os panfletos convocatórios, às contribuições financeiras das entidades para os atos até os discursos e presenças viu-se respeito ao outro e esforço para a unidade.
O esquerdismo – amante oculto da direita – deu lugar e espaço à fertilidade da esquerda dos que se colocam no lado oposto aos da direita golpista, rapinadora, suja, corrupta, entreguista e prostituta do Estado democrático.
Segundo, com isso a Frente Brasil Popular conseguiu falar ao povo brasileiro e ao mundo.
Sim, nossa fala se reproduziu em multidões nas ruas, nas denúncias que fizemos, nas exigências de mudança de rumo pelo governo Dilma.
Logo Joaquim Levy jogou a toalha e deixou o governo. Rapidamente emergiram indicativos de investimentos nos programas sociais e no desenvolvimento.
Conseguimos desenhar a cara do golpe e dos golpistas.
O povo viu que impeachment com Eduardo Cunha não era para mudar de rumo e para corrigir erros, mas para golpear a democracia.
Pelo contrário, os que se amarram a Cunha – Aécio Neves, José Serra, Aripino Maia, Ronaldo Caiado, Carlos Sampaio, Paulinho da Força, Michel Temer, Gilmar Mendes, Roberto Freire, a mídia, os bancos, setores da indústria, ruralistas etc – são todos podres quanto sua âncora, testa de ferro da classe dominante antidemocrática e antinacional.
O mau odor rescendeu na cara da sociedade. Os narizes e olhos sociais repugnaram o escárnio do golpe e o abismo para onde os golpistas pretendiam rolar o Brasil.
Eles pararam, mas os bandidos espreitam novo jeito de golpear. A atenção tem que se redobrar. E nós sabemos disso.
Ressaltei na avaliação que a Frente Brasil Popular não se organizou para as manifestações do dia 16, somente. Mas as manifestações do dia 16 foram decorrentes da construção da Frente Brasil Popular que vem há meses com seminários, com debates, com estudos e com reunificação de todos os setores sociais, que avaliam os movimentos golpistas sujos da direita contra a democracia.
O desafio de agora em diante é prepararmo-nos para ações unitárias como "frente" propositiva que avançará contra o golpe, notadamente, mas a favor de mais, muito mais democracia com justiça social.
Nosso natal é de unidade e de esperança na luta e na luta com esperança!
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