Na crise, Renan Calheiros é o grande vencedor
Sobrevivente político, animal político calejado, Renan Calheiros deu ontem mais uma cartada que não o deixa mal com todos, afinal de contas, também é investigado pelo STF e, mais uma vez ao contrário de Eduardo Cunha, sabe que o confronto nunca é a melhor saída
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Pelo menos por ora o senador alagoano é o grande destaque da crise política sem fim que afeta o país. Lá atrás reclamou da incapacidade política do governo Dilma, entregou cargos, conversou, aconselhou, mas nada avançou.
Mais recentemente, ao contrário de Eduardo Cunha, anunciou que o processo de impeachment da presidente seguiria os trâmites corretos, sem os atropelos ridículos na guerra entre a Câmara e o governo. Assim tem feito.
Sobrevivente político, animal político calejado, Renan Calheiros deu ontem (9) mais uma cartada que não o deixa mal com todos, afinal de contas, também é investigado pelo STF e, mais uma vez ao contrário de Eduardo Cunha, sabe que o confronto nunca é a melhor saída.
Ao não aceitar a anulação da sessão na qual 367 deputados votaram a favor da aceitação do pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, agradou a turma de Michel Temer e da oposição. Mas também não desagradou aos aliados da situação, uma vez que a estratégia de anulação não fora combinada com ele, que sequer teria sido informado.
E não parou por aí. Renan descobriu que senadores do PMDB e do PSDB montaram uma estratégia para que o senador Delcídio do Amaral votasse na sessão desta quarta-feira (11) que vai decidir se Dilma será ou não afastada do cargo.
O esquema era aliviar a gravidade das denúncias de Delcídio contra senadores do PMDB e do PSDB, especialmente contra Aécio Neves. E ele explodiu a manobra ao afirmar que só votaria o impeachment após a apreciação da cassação do mandato do senador Delcídio.
Assim, apesar de viver com uma penca de processos e investigações em seus calcanhares, Renan Calheiros segue cumprindo o seu papel institucional sem que possa ser responsabilizado por fomentar a fogueira da crise política e econômica. Pelo contrário.
E, o que também é importante, sem alimentar ainda mais a judicialização da crise.
Ou seja, tudo caminha para que o alagoano de Murici consiga, mais uma vez, sobreviver ao terremoto político.
Pelo menos por ora.
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