Na China, Lula e Dilma reposicionam o Brasil e dão respostas políticas a seus algozes

Missão oficial de Lula à China e a posse de Dilma Rousseff no banco dos Brics são demonstrações de superação política dos dois presidentes do campo popular

Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva durante a posse de Dilma na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics - 13.04.2023
Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva durante a posse de Dilma na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics - 13.04.2023 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em missão oficial à China, participou nesta quinta-feira (13), em Xangai, da posse da ex-presidenta Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, da sigla em inglês), o banco do Brics. O evento é repleto de significação política para o Brasil, tanto internamente quanto no cenário geopolítico que se desenha no planeta, com o declínio da hegemonia dos Estados Unidos. 

Internamente, porque o ato é uma resposta política incontestável para todos os grupos políticos e econômicos, nacionais e estrangeiros, que promoveram o golpe de 2016 contra Dilma e a perseguição, prisão e inabilitação eleitoral de Lula em 2018. É uma resposta política também para a mídia corporativa brasileira, desde a gênese envolvida na perseguição aos dois presidentes do campo popular que o país já teve depois da redemocratização.

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A presidência do Banco dos Brics, sob o comando da ex-presidenta Dilma, põe o Brasil entre os protagonistas da nova ordem mundial, multipolar. O NDB terá papel relevante no financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável dos países membros e de outras economias emergentes. Durante discurso, a presidenta Dilma enfatizou o viés social do banco e o compromisso com a proteção ambiental, infraestrutura social e digital. “Assumir à presidência do NDB é uma oportunidade de fazer mais para os países dos Brics, mas também para os países emergentes e os países em desenvolvimento”, disse. O NDB atualmente tem cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões estão investidos no Brasil, em rodovias e portos.

Em seu discurso, o presidente Lula criticou o uso do dólar e defendeu transações entre países dos Brics em moedas locais. “Por que não podemos fazer o nosso comércio lastreado na nossa moeda?”, perguntou. “Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila. Porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar, quando ele poderia exportar em sua própria moeda, e os bancos centrais certamente poderiam cuidar disso”, disse o presidente Lula. 

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Na prática, as transações entre Brasil e China sem uso do dólar já começaram a ocorrer. A filial do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) no Brasil realizou a primeira transação transfronteiriça de liquidação em Yuan. Várias iniciativas semelhantes se espalham entre países não alinhados com o imperialismo estadunidense, sob a liderança do presidente chinês Xi Jinping. 

No mesmo dia da solenidade no NDB, é divulgado que o presidente Lula foi incluído na lista anual das 100 pessoas mais influentes de 2023 da revista estadunidense Time. Lula aparece na seção dedicada a líderes, ao lado de outros líderes mundiais como o presidente dos EUA, Joe Biden, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, e o líder da Colômbia, Gustavo Petro. O homem que “não era player” na pandemia hoje é um dos maiores líderes do mundo.

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A missão oficial de Lula à China, que segue em curso até esta sexta-feira (14), reposiciona o Brasil como um dos atores da nova ordem mundial que está surgindo. Depois de dois anos de um governo ilegítimo e quatro anos de um governo fascista, o Brasil voltou. 

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