Mundo político de volta
"Há que se considerar que a divulgação da inflação de outubro contribuiu sobremaneira para o abalo no mercado, não apenas as palavras de Lula"
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Imperfeito mundo, mas de volta. Até senti como um voto de confiança ao presidente eleito o editorial do Estadão intitulado “o novo governo e o valor da Federação”. Cumprimentei o jornal. Muito bom! Passamos a entender melhor o que foi perdido em termos de constituição do país nesses últimos anos quando vemos agora promissoras alternativas de voltarmos à condição de Nação. Mas, como o comentário não foi publicado, talvez tenha sido muita empolgação minha.
O jornalão pode até engolir o sapo barbudo, mas o fará com todas as reticências, não admitindo solução econômica ao se colocar o povo como investimento e não gasto. Lembremos da reação do mercado ainda durante as eleições. Há que se considerar que a divulgação da inflação de outubro contribuiu sobremaneira para o abalo no mercado, não apenas as palavras de Lula. De qualquer forma, o presidente eleito nem assumiu e já tem muito mais influência do que o despresidente recluso. No mais, é saber a política econômica que de fato será implementada, não apenas discursos de transição, já que não houve ainda a decisão sobre a equipe ministerial.
Nessa questão, para além das questões políticas empresariais expostas em artigo de opinião, representantes da Fiesp deveriam estar mais atentos ao que acontecerá em São Paulo, caso se concretize a absorção do entulho bolsonarista de Brasília pelo governo fluminense que será instalado aqui. A se confirmar Paulo Guedes no secretariado, a indústria paulista padecerá dos mesmos males que foi a desastrosa condução econômica de quem nada conhecia do Brasil verdadeiro.
Por essas e pelo comportamento de grupos alheios à realidade prostrados às portas de quartéis é que não se pode afiançar o otimismo de que o bolsonarismo seja uma seita em extinção, ainda que a política esteja de volta ao cotidiano. Colunistas até brincam na busca de uma boa rima para patriota, porém o protofascismo foi aqui instalado com outro nome e a História nos ensina que tudo de mal que não é devidamente extirpado tende a se regenerar. Por isso há o perigo de a rima se dar com a marmota do famoso filme, cujo dia se repete indefinidamente, não mais como farsa, mas como tragédia.
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