Mourão enterra Bolsonaro ao defender fim do 13º
Para o colunista Alex Solnik, "com mais essa declaração escravocrata" de que o 13º. salário "é uma jabuticaba", o general Hamilton Mourão (PRTB), vice do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), "pode ter enterrado de vez essa candidatura que contamina o país com cenas de ódio e violência e dissemina propostas que apontam para o aumento da pobreza, do desemprego e dos conflitos sociais"; "À medida em que as trabalhadoras e os trabalhadores do Brasil ficarem informados de que Bolsonaro pretende acabar com suas férias e com seu 13º., suas intenções de voto deverão murchar até o dia da eleição"
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Em campanha no Sul do país, Mourão defendeu o fim do 13º. salário – "é uma jabuticaba" - e o pagamento de adicional de férias em palestra a empresários: "o Brasil é o único lugar do mundo onde a pessoa entra em férias e ganha mais". Bolsonaro desautorizou logo em seguida e os compromissos de seu vice foram suspensos. Ou seja, ele foi colocado na geladeira, como já tinha acontecido com Paulo Guedes quando anunciou a volta da CPMF.
Com mais essa declaração escravocrata ele pode ter enterrado de vez essa candidatura que contamina o país com cenas de ódio e violência e dissemina propostas que apontam para o aumento da pobreza, do desemprego e dos conflitos sociais.
Mas não adianta colocar Mourão na geladeira. Ele não vai deixar de pensar o que pensa. E tudo o que pensa ofende a democracia, a inteligência, o bom senso e a paz social.
Também não adianta Bolsonaro desautorizar Mourão, porque no fundo ele também pensa isso, mas não quer dizer agora para não atrapalhar sua campanha. Afinal, ele é político profissional há 30 anos e Mourão não é.
Além disso, se a chapa se eleger – Deus livre o Brasil disso – e por algum eventual acontecimento Mourão tiver que assumir o seu lugar, quem o impedirá de colocar em prática o que vem pregando?
Ao votar em Bolsonaro, o eleitor também elege Mourão e todas as ideias do Mourão.
E o vice, como se sabe, não pode mais ser trocado e não é passível de demissão depois de assumir.
À medida em que as trabalhadoras e os trabalhadores do Brasil ficarem informados de que Bolsonaro pretende acabar com suas férias e com seu 13º., suas intenções de voto deverão murchar até o dia da eleição.
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