Mourão blinda Bolsonaro
"Outro em seu lugar, como Janaína Pascoal já estaria cavando a sua sepultura, conspirando contra o ainda presidente porque ele, de fato, já deu 'n' motivos para isso e está levando o Titanic rumo ao iceberg", escreve o jornalista Alex Solnik
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia
De uns tempos a essa parte Bolsonaro traz a tiracolo seu vice Hamilton Mourão sempre que aparece em eventos públicos, como a posse do novo ministro da Justiça, ontem, em oposição ao que ocorria anteriormente.
Talvez seja para lembrar aos seus súditos que, depois dele – afinal, falar da sua queda está na ordem do dia - não vem o dilúvio, vem o Mourão.
Não é um dilúvio, mas é um balde de água fria nos deputados que porventura estejam seduzidos pela ideia de impeachment.
Mourão está sendo exibido como uma espécie de espantalho. Olha o que vos espera caso me mandem para casa.
Não há dúvida que ao escolher Mourão, Bolsonaro tirou a sorte grande.
Outro em seu lugar, como Janaína Pascoal já estaria cavando a sua sepultura, conspirando contra o ainda presidente porque ele, de fato, já deu “n” motivos para isso e está levando o Titanic rumo ao iceberg.
Não é que Janaína seja traidora e Mourão, um santo, é que são feitos de barro diferente. E essa foi a grande sorte do Bolsonaro.
Mourão pode até entender de conspiração militar, mas não tem a mínima condição – inclusive por ser monitorado – de comandar uma conspiração parlamentar como a que Eduardo Cunha comandou, porque não tem vivência, não tem traquejo, não conhece os deputados e nem eles o conhecem, e, sem conhecê-lo não podem se acertar nem confiar nele. Nenhum impeachment começa sem que o pós-impeachment esteja acertado.
Tendo passado a vida toda na caserna, Mourão é político de primeira viagem, além de ser um general recente, durão, que já deixou claro não ter nada contra um autogolpe. Que implica no fechamento do Congresso. E a última coisa que os deputados querem é que isso aconteça, é claro.
Trocar Bolsonaro por Mourão é, para a esquerda, trocar seis por meia dúzia; para o centrão, trocar seis por nada.
Se nem para a esquerda nem para o centrão interessa trocar Bolsonaro por Mourão, tudo vai continuar como dantes no quartel de Abrantes.
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