Mourão acha ‘normal’ ditadura enquanto G7 trata Brasil como pária mundial

"Mourão é parte de um desgoverno militarista e ultraliberal que destruiu a economia, extinguiu empregos e praticamente todos os programas sociais"

Hamilton Mourão
Hamilton Mourão (Foto: Bruno Batista /VPR | Acervo Nacional)


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Por Davis Sena Filho 

À pergunta que não quer calar: "O que se esperar de um general que considera o golpe militar de 1964 como "revolução democrática?" Resposta: "Nada. A não ser deboche, escárnio, cinismo e provocação". Ponto.

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Apesar de ser metido a ponderado e racional, o general da reserva e vice-presidente da República é um general de extrema direita e totalmente vinculado aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos, de forma que teve a ousadia de declarar que o Brasil estava ao lado dos EUA e União Europeia contra a Rússia, sem se importar nenhum pouco com as diretrizes do governo fascista, entreguista e ultraliberal para quem ele serve, já que o Itamaraty se declarou neutro e, consequentemente, Mourão mais uma vez se mostrou alinhado com o imperialismo internacional.

A verdade é que Mourão é apenas mais um fruto podre saído do pomar de generais reacionários e sabujos do capitalismo ocidental, em particular o estadunidense e o brasileiro, pois pertence a uma corporação fardada e armada que desde sempre, no decorrer de sua existência, sempre compôs com os interesses dos exploradores europeus, depois com os escravocratas e finalmente com os capitalistas, que transformam este País em uma verdadeira zona, porque sabedores que a bagunça social e econômica somada ao desrespeito às leis favorecem a hegemonia de classe e à roubalheira institucionalizada, que é tratada, inclusive, como charme e status.

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Mourão é o substrato do substrato de um Exército intervencionista e inoperante, mas de alma golpista, pois a questões ideológicas e político-partidárias que beiram à obsessão pelo poder, sempre tomado por armações ilegais quando se trata de golpear um mandatário presidencial eleito pela soberania exemplificada no voto do povo, sendo que geralmente os presidentes depostos pelas piores e mais perversas “elites” do mundo ocidental pertencem ao campo trabalhista e de esquerda. Essas realidades acontecem desde a deposição de Getúlio Vargas até a queda de Dilma Rousseff.

Trata-se, na verdade, de um general, como a grande maioria dos generais das Forças Armadas que não participam dos grandes conflitos armados internacionais e por isso o que resta para tais generais sem guerras é se intrometer na política, como verdadeiros xeretas, mas sem quaisquer conhecimentos sobre as questões sociais e as demandas e reivindicações do povo brasileiro em luta secular por sua independência e soberania.

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Aliás, generais como o Mourão tratam historicamente as reivindicações da maioria pobre da população composta por trabalhadores como subversão, a manipular e transformar termos como “comunismo” e “baderna” em ferramentas políticas e motivos para realizarem opressões, repressões e todo tipo de ilegalidade e criminalidade institucionalizadas.

E toda essa infâmia sob a cobertura do Estado burguês, porque, além de serem servidores públicos de alto escalão pagos regiamente pelos cidadãos contribuintes, consideram-se mesmo assim dissociados da sociedade, cuja maioria os sustenta por meio de impostos, sendo que mesmo assim os generais, se eles tiverem oportunidade, estarão sempre dispostos a praticar golpes de estado, como bem registra a terrífica história do Brasil e, em especial, da casa grande brasileira colonizadora de seu próprio povo e herdeira direta e legítima da escravidão.

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Enquanto o medíocre milico Hamilton Mourão deita falação inapropriada e irresponsável, como considerar pedidos de intervenção (golpe de estado) militar e de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), dentre outras aberrações “reivindicadas” pelos apoiadores de Jair Bolsonaro como “liberdade de expressão”, quando elas são francamente inconstitucionais porque rasgam a Constituição, ou seja, são crimes contra o estado de direito, a democracia e a ordem democrática, o G7 mais uma vez trata o Brasil como republiqueta das bananas e pária mundial.

É isso mesmo. O Brasil se tornou um pária internacional há cerca de seis anos, quando a presidente Dilma Rousseff foi deposta por um golpe bananeiro, pois típico de terceiro mundo, como o são, por exemplo, generais do naipe do Mourão. Na verdade é a cara e a alma dele, que não tem nenhuma preocupação com a soberania nacional e com as péssimas condições de vida em que ficou a maioria dos brasileiros, principalmente após o golpe de 2016 que, vergonhosamente, o Mourão e o generalato alienados e eternos parceiros dos interesses dos ricos apoiaram.

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Trata-se, camarada, de militares garantidores dos interesses do grande capital nacional e internacional, a despeito do lamentável estado de coisas em que ficou o Brasil e todos seus setores e segmentos econômicos e sociais, com índices e números baixíssimos, em uma incompetência e irresponsabilidade raramente vista, mesmo em se tratando de um País perversamente excludente, violento e injusto como o Brasil. Mourão é parte simbólica do fracasso retumbante que é o desgoverno fascista e ultraliberal de Jair Bolsonaro, o anjo da morte apoiador e promotor de torturadores e ditaduras.

A verdade é que tal general de pijama, que usou o Clube Militar para conspirar e promover golpe de estado, não está nem aí para o Brasil, porque ele como a maioria dos generais das três armas jamais tiveram projeto de país e programa de governo, pois estão a ocupar o poder como predadores oportunistas beneficiados por um golpe de estado.

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Eles são, de forma surreal, servidores públicos concursados e que viveram a vida inteira de salários, benefícios e vantagens pagos pelo povo brasileiro, favoráveis às privatizações de lesa-pátria contra o País, inclusive de estatais poderosas e estratégicas que tratam do setor importantíssimo como o energético, a exemplo da Petrobrás e da Eletrobrás, de maneira que será imperdoável se o Brasil perder o controle das diferentes energias, que são a causa principal de guerras no mundo, a exemplo da questão do gasoduto russo que distribui gás à Europa, e que tem sido alvo do imperialismo norte-americano.

Esses generais desprovidos de projeto de soberania para o País são entreguistas e privatistas e, por sua vez, não confiáveis. As escolas militares deveriam ter seus estudos e pedagogias urgentemente reformados, modificados, pois o País está a se deparar com a pior geração de generais da história das Forças Armadas.

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A geração mais entreguista, alienada e totalmente dissociada dos interesses do povo brasileiro, sendo que em sentido contrário se alia aos interesses do capital internacional e aos grandes empresários nacionais, tanto é verdade que são parte intrínseca do desgoverno militar e ultraliberal capitaneado pelo ministro Paulo Guedes, o chicago boy que trabalhou no passado na equipe econômica do general chileno e sanguinário Augusto Pinochet. Até os generais da repressão de 1964 tinham projeto de País e mantiveram os direitos dos aposentados e trabalhadores, além de não venderem as empresas públicas. Portanto, a geração de Mourão é vergonhosamente pária, ao tempo que elitista.

Mourão, reafirmo, é parte de um desgoverno militarista e ultraliberal que destruiu a economia, extinguiu empregos e praticamente todos os programas sociais, bem como afastaram irresponsavelmente a sociedade civil como consultora e membro de conselhos das inúmeras instituições e órgãos do governo. Trata-se não somente do desmonte do estado nacional, mas, sobretudo, do afastamento deliberado e criminoso da sociedade civil organizada nos fóruns de decisão e deliberação.

Portanto, enquanto Mourão fica a tutelar gente sem vergonha e golpista, o Brasil pela terceira vez consecutiva no desgoverno do protofascista Bolsonaro, um sujeito intelectualmente rudimentar e de ações e atos primitivos, resolve não convidar o Brasil para participar de importante encontro entre os governos dos países considerados mais ricos do mundo e, portanto, hegemônicos, que ora estão em guerra total contra a Rússia, uma potência nuclear, por causa do controle dos inúmeros modais de energia e de geopolítica, já que a Otan desde o fim da Guerra Fria, em 1991, tem avançado militarmente em direção às fronteiras russas, o que, evidentemente, resultou em guerra.

Potência nuclear, aliás, que o general de pijama Hamilton Mourão despreza como aliada e, quiçá, como parceira econômica do Brics, pois a paixão, a subalternidade e a subserviência da milicada brasileira pelos norte-americanos o são deploravelmente ridículas e humilhantes.     

Então, para relembrar e finalizar. Os países convidados este ano para participar da reunião do G7 na Alemanha são África do Sul, Índia, Indonésia e Senegal. No ano passado, a reunião de cúpula organizada pela Inglaterra teve a participação de Austrália, Índia, África do Sul e Coreia do Sul.

Em 2019, o Brasil ficou de fora das reuniões e se tivesse de apresentar algum resultado ou exemplo, obviamente que seria a devastação ambiental decorrente das políticas ambientais trágicas que foram adotadas pelo desgoverno fascista, militarista e ultraliberal, além dos ataques do destrambelhado presidente Bolsonaro ao presidente da França, Emmanuel Macron, e à sua esposa, Brigitte Macron. 

O Brasil, na verdade, é absolutamente tratado como pária não apenas pelas nações estrangeiras mais importantes e influentes do mundo, mas também pelos seus próprios generais do desgoverno mais incompetente e antipovo da história do País. É isso aí.

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