A certeza de que a morte serve ao covil golpista foi confirmada, poucas horas antes do velório, por outro fiel amigão de Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil. Ao ser questionado por jornalistas sobre os efeitos da tragédia, o velho cacique do PMDB – apelidado no passado pelo insuspeito coronel ACM de “Eliseu Quadrilha” – deu uma resposta enigmática: “A morte, por certo, vai fazer com a gente tenha, em relação à Lava-Jato, um pouco mais de tempo agora para que as chamadas delações sejam homologadas ou não”. Mais tempo para quê? Para “estancar a sangria”? Em outra derrapada, a GloboNews informou que o “mercado” – nome fictício da cloaca empresarial metida até a medula em corrupção – festejou o falecimento do ministro do STF.
“Atingiu-se o coração da Lava-Jato”
Há sérios riscos de que as investigações da Lava-Jato, que finalmente poderiam atingir os chefões do PMDB, PSDB, DEM e de outros partidos golpistas, sejam arquivadas. Mesmo que não sejam enterradas, elas podem ser proteladas – dando mais tempo à gangue instalada no Palácio do Planalto para executar seus planos de devastação do Brasil. Uma notinha publicada na Folha desta sexta-feira (20) confirma esta suspeita: “Nas horas seguintes à confirmação da morte de Teori Zavascki, ministros do STF avaliavam que a Lava Jato vai, sim, desacelerar. Afora a espera pela definição do novo relator dos processos, afirmam que Teori carregava consigo toda a memória da operação desde o seu início, há mais de dois anos, e que demorará até que o próximo titular da caneta se inteire da complexidade do caso. ‘Atingiu-se o coração da Lava Jato’, resume um ministro da corte”.
Há ainda o perigo de que o Judas Michel Temer nomeie um capacho hidrófobo, como o tucano Alexandre de Moraes, para substituir o ministro falecido – o que ajudaria a tumultuar ainda mais o processo no STF. E há ainda o risco de que o usurpador indique o próprio relator da Lava-Jato, tese que é defendida por outro tucano infiltrado no Supremo, o sinistro Gilmar Mendes. Neste sábado (21), ele foi enfático na defesa desta ideia absurda, segundo uma notinha de Lauro Jardim no jornal O Globo. Para Gilmar Mendes, a distribuição de uma relatoria entre os ministros que já compõem a Corte deveria se restringir a processos de urgência, o que não se aplicaria a Lava-Jato. O ministro tucano do STF chegou a defender recentemente a própria anulação das delações da Odebrecht.
Nas 77 delações que seriam homologadas em breve por Teori Zavascki, o Judas Michel Temer era citado 43 vezes. Outros líderes do “golpe dos corruptos”, como o cambaleante Aécio Neves, o “chanceler” José Serra e o demo Agripino Maia, também estavam na linha de tiro. Ou seja: tudo sinaliza no sentido de que uma operação para “estancar a sangria” das investigações está em curso. A trágica morte do relator do processo pode até ter ocorrido por causas naturais, como insistem os telejornais da famiglia Marinho. Mas que ela serve aos interesses da quadrilha que assaltou o Palácio do Planalto não há mais dúvida. As lágrimas no velório de Teori Zavascki neste sábado podem confirmar apenas o cinismo dos criminosos!
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