Morte de Covas é revés para Doria
"O novo prefeito não tem a mesma sintonia com o governador. Além de serem de partidos diferentes – Nunes é MDB – ele tem muito mais afinidade com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), que agora se torna seu vice", escreve o jornalista Alex Solnik
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Até ontem, poucos em São Paulo sabiam sequer o nome do vice de Bruno Covas, mas, com a morte do prefeito, Ricardo Nunes vira peça importante no xadrez político municipal, estadual e até nacional.
Covas era um aliado fiel do governador João Doria, no partido e fora dele, e até mais do que isso: seu mentor. Não havia dúvida que o apoiaria em qualquer circunstância, fosse para se reeleger, fosse como presidenciável em 2022.
O novo prefeito não tem a mesma sintonia com o governador. Além de serem de partidos diferentes – Nunes é MDB – ele tem muito mais afinidade com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), que agora se torna seu vice.
Entre Doria e Leite seu coração ficará com o segundo, de quem vai depender para aprovar projetos e evitar atritos com vereadores da oposição.
Com quatro anos de mandato pela frente na maior e mais rica cidade do país, Nunes se transformou em ativo político de primeira linha e deverá ser alvo de disputa entre partidos com vistas à sucessão de Bolsonaro.
Mais conservador e mais próximo ao bolsonarismo que ao tucanato, venderá caro sua possível mudança para o PSDB, no que Doria vai investir, sendo mais provável seu ingresso no DEM caso não fique no MDB.
E o DEM, como já deixou claro seu presidente nacional, ACM Neto, prefere se aliar ao diabo que a Doria.
Não faltavam obstáculos para o governador chegar à presidência da República.
Agora ele tem mais um.
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