Moro tem medo de Bolsonaro

"Moro tem medo que dói de Bolsonaro, escolhe as palavras para não deixar margem a dúvidas de que tudo o que chefe diz e faz é o correto", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. "Não tem nenhum respeito à democracia e à constituição", diz. "Seu sonho é mesmo uma vaga no STF e para realizá-lo não vai medir reverências e mesuras a quem poderá indicá-lo"

Jair Bolsonaro e Sérgio Moro
Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (Foto: Adriano Machado/Reuters)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

É óbvio que o “Roda Viva” ficaria muito melhor se Glenn Greenwald fosse convidado para fazer perguntas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, o que, não tenho dúvida, ocorreria no tempo em que o programa era comandado por jornalistas com J maiúsculo, como Jorge Escosteguy, nos anos seguintes à redemocratização, quando confrontos entre convidado e perguntadores faziam parte do show. E as polêmicas eram bem-vindas.

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Mas não se pode taxar o programa de chapa branca. Os perguntadores eram competentes – Malu Gaspar (Piauí), Andreza Matais (Estadão), Leandro Colon (Folha), Alan Gripp (O Globo) e a própria apresentadora, Vera Magalhães o puseram contra a parede em vários momentos, mas o personagem não ajudou.

Deu para perceber quando faltava com a verdade: respondia de olhos fechados.

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Deu também para ficar mais uma vez claro que: 1) Moro tem medo que dói de Bolsonaro, escolhe as palavras para não deixar margem a dúvidas de que tudo o que chefe diz e faz é o correto; 2) não tem nenhum respeito à democracia e à constituição; o episódio de nazismo explícito que chocou o Brasil e o mundo civilizado para ele foi apenas um evento “bizarro”; e 3) seu sonho é mesmo uma vaga no STF e para realizá-lo não vai medir reverências e mesuras a quem poderá indicá-lo.

Não há dúvida que é muito melhor e mais tranquilo ficar no STF até se aposentar em vez de disputar eleição presidencial que, se vencer, lhe dará no máximo oito anos no poder.

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Também para Bolsonaro será melhor despachá-lo para ser um dos 11 supremos magistrados em vez de correr o risco de disputar com ele em 2022.

Para os brasileiros civilizados, tanto faz: num ou noutro posto terão de aguentar a sua voz  esganiçada, graças à qual ganhou na sua cidade natal o apelido de marreco e as suas opiniões nazi-fascistas.

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