Moro prendeu Mantega para prejudicar o PT na eleição
O MP segue à risca também o calendário político-eleitoral do país. O espetáculo das prisões levadas a cabo pela PF depois das denúncias do MP sempre coincide com fatos importantes da agenda política do país
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Pouco importa se Moro tenha mandado soltar horas depois da prisão o ex-ministro Guido Mantega, reconhecendo a necessidade dele acompanhar sua esposa enferma.
Quer dizer, então, que Moro não sabia dos problemas de saúde enfrentados pela senhora Mantega, que se trata de um câncer ? Quem acredita nisso acredita em tudo.
Que perigo representa para a sociedade um intelectual respeitado, professor titular de economia brasileira da USP ?
Quais são os riscos que um sujeito pacato, com endereço e local de trabalho definidos, pode trazer para o andamento de investigações e coleta de provas ?
Por acaso, o ex-ministro tem perfil de quem pretende fugir do país ou coagir testemunhas ?
Guarda algum resquício de humanidade levar para a cadeia, em pleno hospital, um cidadão que acompanha sua mulher que faz cirurgia de câncer ?
Pela milésima vez, mais um "suspeito" é preso pela Lava Jato com base em ilações e conjecturas, a partir de delações seletivas feitas sob medida para incriminar o PT.
Quem quiser entender um pouco mais sobre as entranhas do Ministério Público no Brasil, recomenda-se fortemente a leitura de um artigo do jornalista Luis Nassif (o Xadrez do MPF...).
No texto, Nassif desnuda o "modus operandi" dos procuradores do MP, revelando o quanto seus métodos de investigação são precários, marcados por análises simplistas e desprovidas de qualquer sofisticação técnica e intelectual. Uma pobreza só.
Tudo fortemente temperado, é claro, pelo lado que o MP tem na política, que é o lado da direita e dos conservadores. O rigor investigativo e a imparcialidade há muito foram mandados às favas em nome da parceria com os grupos monopolistas de mídia, para assassinar reputações à esquerda do espectro político.
O MP segue à risca também o calendário político-eleitoral do país. O espetáculo das prisões levadas a cabo pela PF depois das denúncias do MP e da decretação do juiz-justiceiro de Curitiba, sempre coincide com fatos importantes da agenda política do país.
E essa nova fase da Lava Jato vem a calhar quando faltam dez dias para as eleições municipais. Como diz o Mino Carta, é até do conhecimento do mundo mineral que a prisão de Mantega, um ex-ministro de Lula e Dilma, tem o nítido objetivo de prejudicar eleitoralmente o PT e tirar o foco do forte crescimento do movimento de solidariedade a Lula.
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