Moro no Governo era o óbvio; mas o Ministério dele é outro

Moro usou de sua independência como órgão da Justiça para servir [2] aos interesses de multinacionais do petróleo a fim de enfraquecer as ações da empresa Petrobrás na Bolsa de Valores, consequentemente, serem vendidas a preço de banana para estas empresas estrangeiras

Moro no Governo era o óbvio; mas o Ministério dele é outro
Moro no Governo era o óbvio; mas o Ministério dele é outro (Foto: Pedro de Oliveira/ ALEP)


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Ministério das Minas e Energia: esse deveria ser o órgão oferecido pelo presidente a Moro. (Explicaremos isso adiante.)

O juiz Sérgio Moro é de longe o membro do Poder Judiciário mais político que já existiu na República. Desde que deflagrou, em 2014, a primeira operação da sequência da Lava-Jato, o magistrado tem posto em xeque a lógica e a técnica do Direito num jogo tão ardiloso que assustaria Maquiavel em seu esforço de teorizar a política, tal como o fez tão brilhantemente. Não há nos dias de hoje alguém que opere mais as artimanhas do jogo do poder quanto o Juiz Moro.

Até aí não haveria qualquer tensão: a política é direito de todos. No entanto, há duas aberrações nos atos políticos de Sérgio Moro. A primeira é que, aos membros da magistratura é antiético e ilegal agir politicamente enquanto existir vínculo de trabalho. Para "fazer" política, ele deveria pedir, no mínimo, sua aposentadoria frente ao Judiciário [1].

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O segundo é bem mais grave: Moro usou de sua independência como órgão da Justiça para servir [2] aos interesses de multinacionais do petróleo a fim de enfraquecer as ações da empresa Petrobrás na Bolsa de Valores, consequentemente, serem vendidas a preço de banana para estas empresas estrangeiras. E, por coincidência (#SQN), a deposição da Presidente da República, Dilma Rousseff, que sempre sinalizou a proteção do Pré-sal [3] como riqueza estratégica à soberania nacional e às futuras gerações, abriu caminho para assumir o governo um "entreguista", o vice, Michel Temer, que sempre foi aliado aos interesses do mercado estrangeiro.

(Não me aterei às decisões de Moro neste texto. Isso deverá ser objeto de sua pesquisa, caro Leitor. Todavia, preste atenção que tudo que o magistrado faz em relação à Petrobrás, cada decisum, faz a nossa empresa afundar cada dia mais no Mercado.)

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Não se trata este texto de uma contra-política a Moro, tampouco de especulação evasiva sobre a geopolítica global. Uma simples pesquisa do cidadão mais curioso, cruzando alguns dados na internet, fará perceber que este magistrado está constantemente viajando para os EUA (e não é para fazer compras em Nova Iorque). Trata-se de um agente indireto de operações de sabotamento das estruturas, do conteúdo e das riquezas nacionais a fim de contemplar os interesses da Shell e de outras grandes empresas sobre o nosso petróleo.

Apresento aqui perguntas que teimam em não sair do pensamento deste autor: Moro boicota a Petrobrás para ganhar algum dinheiro a mais destes estrangeiros? O juiz tem muita raiva das instituições e da sociedade brasileira (pois seus atos – o tempo provará – sabotam também a capilaridade das instituições e da civilização brasileira), e luta para fragiliza-las? Este magistrado é algum agente secreto, contratado pela CIA e infiltrado nas instituições brasileiras? Ou é apenas um político egoísta, em cuja ambição ultrapassa todos os limites razoáveis para alimentar sua sede pelo poder (que aliás, ele abusa com deleites de prazer, de sua autoridade, e ninguém, absolutamente nenhuma instituição controla seus abusos)?

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Estas perguntas serão respondidas apenas nos livros de História do Brasil. O problema são seus atos que farão retroceder a independência e a força do Brasil diante as grandes nações uns 100, ou 200 anos, e as consequências práticas para a sociedade será o aleijamento estrutural das futuras gerações.

Pior que, por medo ou outra coisa, estes atos do pseudo herói-juiz são homologados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), destarte, se vestem de oficialidade e terminam por obter a anuência da Grande Mídia a partir da frágil cognição crítico-social de nosso povo. Ou seja: são crimes – de lesa pátria – que cometem(os) hoje para punir nossos filhos, netos e bisnetos.

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Dito isto, podemos retornar à ironia, todavia, mais ainda: à pragmática da epígrafe deste texto: o Sérgio Moro "oficializar" sua entrada na política não era uma novidade para quem a isto estuda. Trabalhar com o presidente eleito, Jair Messias Bolsonaro, também não seria uma [boa] nova, haja vista que é este político que constantemente presta continência para a bandeira dos EUA, o que mostra sua submissão aos "americanos". O que chamou minha atenção é que o Ministério adequado ao Moro seria o das Minas e Energia, assim consolidando sua sequência de ajudar a entregar a preço de fim de feira nosso petróleo e as demais riquezas deste País. E o lamentável disso tudo é que o povo brasileiro comemora sua desgraça como a boiada que, indo para o matadouro, segue a fila na disciplina da mortificação.

Como diz minha amiga Edinalva Benício, uma moça simples da roça, e que ampliou ainda mais seus horizontes cognitivos ao se tornar estudante de Pedagogia da Universidade Federal de Tocantins (UFT-Arraias): "Eles nos cozinharão em pouco fogo. E assim farão conosco o que eles quiserem".

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O "Eles" de minha sábia amiga são os políticos do Sistema: Moro, Bolsonaro, Aécio, Temer etc. O "nos cozinharão em pouco fogo", refere-se a nos iludir com suas palavras de "salvação", cujo entorpecimento atingiu sobremaneira até alguns cidadãos mais atentos à política. Agora, de tudo, o mais grave é: "farão conosco o que eles quiserem", inclusive acabar com a maior parte das riquezas que nos pertencem, porém, que não temos o direito de arrancar das futuras gerações por nossa ignorância civilizatório-coletiva.

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[1] Moro, antes de cometer suas metas políticas, deveria ter seguido o exemplo de Flávio Dino, ex-juiz e atual governador do Maranhão; de Marlon Reis (o juiz "da proposta da Lei do Ficha Limpa), que foi candidato a governador pelo Tocantins nessa eleição; e do governador eleito do Rio de Janeiro, que também é juiz. Ambos tiveram de sair do Judiciário para cumprir o que determina a Constituição da República.

[2] Mesmo que indiretamente, ajudou sua esposa, em cujo escritório de advocacia de sua sociedade presta serviços à empresa Shell petroleira.

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[3] Pré-sal: uma das maiores descobertas dos últimos séculos. Trata-se das maiores reservas de petróleo do Brasil e uma das maiores do mundo. Ainda não foi possível estimar a quantidade de óleo encontrada nas costas marítimas brasileiras, entretanto, a potência é tão grande que abriu o horizonte à ganância das empresas estrangeiras, que têm comprado apoios no Congresso Nacional brasileiro para que se aprove leis de abertura destes poços à exploração internacional.

[4] Bolsonaro afirmou, com seu slogan de campanha que o Brasil deve estar "acima de todos". Contudo, ao prestar continência o tempo inteiro à bandeira dos EUA, mostra-se mais uma de suas mentiras; ele não é patriota, tampouco, nacionalista, assim como seu novo ministro, Sérgio Moro.

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