Moro não controla a PF
"Fica cada vez mais evidente que Moro controlava os procuradores de Curitiba (com alguma reações esparsas, que aparecem nas mensagens), mas não tem o mesmo controle sobre sua turma em Brasília", avalia o jornalista Moisés Mendes sobre a queda de braço entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro sobre interferências na Polícia Federal
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Sergio Moro não tem o controle absoluto da Polícia Federal. Quando anunciou que iria destruir arquivos de mensagens encontradas com os hackers de Araraquara, logo depois a PF (que estava com a guarda do material) emitiu uma nota dizendo que tal decisão seria, se fosse o caso, da Justiça, e não de Sergio Moro.
Agora, Bolsonaro acusa o delegado Ricardo Saadi de baixa produtividade e diz que o policial deixou a superintendência da PF no Rio por decisão do governo.
Bolsonaro chamou o delegado de preguiçoso, porque não é amigo da família. Mas a PF largou uma nota dizendo que Saadi saiu por decisão pessoal. Moro é o chefe da PF, mas é a PF que se defende dos ataques do chefe de Moro.
Pode ser pouco, mas isso significa que um clichê das esquerdas ainda faz sentido: os servidores republicanos podem salvar a República ameaçada.
E vale a observação que se ouve a todo momento, quase como consolo. Se as polícias, o Ministério Público e o Judiciário foram ocupados pelo reacionarismo, isso quer dizer que a direita tem maioria.
São muitos, mas não são todos. Setores das instituições onde existam cem servidores, com 88 reacionários e dois republicanos, ainda poderão ser salvos. Mas ainda há muita gente quieta.
Fica cada vez mais evidente que Moro controlava os procuradores de Curitiba (com alguma reações esparsas, que aparecem nas mensagens), mas não tem o mesmo controle sobre sua turma em Brasília.
Vamos aguardar a próxima nota da Polícia Federal.
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