Moro fará de Lula o primeiro mártir contemporâneo da América Latina

Lula optou por enfrentar um juiz que usa o processo legal com fins político-ideológicos. Pelo menos faz o que espera o setor da sociedade que o apoia e, com isso, ganha força política assim como Moro ganha no lado oposto do espectro político

Lula optou por enfrentar um juiz que usa o processo legal com fins político-ideológicos. Pelo menos faz o que espera o setor da sociedade que o apoia e, com isso, ganha força política assim como Moro ganha no lado oposto do espectro político
Lula optou por enfrentar um juiz que usa o processo legal com fins político-ideológicos. Pelo menos faz o que espera o setor da sociedade que o apoia e, com isso, ganha força política assim como Moro ganha no lado oposto do espectro político (Foto: Eduardo Guimarães)


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No começo da noite da última quarta-feira, ao lado da esposa, principiei a assistir as cinco partes do segundo depoimento de Lula a Sergio Moro disponibilizadas pela Justiça Federal à imprensa – desta feita, Lula depôs em processo que o acusa de ter recebido um terreno e um apartamento da empreiteira Odebrecht a título de “propina”.

Cito minha esposa porque, ao ouvir Lula reagir com dureza ao interrogatório de Moro, ela se preocupou e me perguntou se não seria pior para ele confrontar aquele que iria julgá-lo e os seus acusadores do Ministério Público.

Pelos quatro cantos do país, muitos devem ter pensado a mesma coisa…

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Para entender a estratégia da defesa de Lula, vale explicar que foi importantíssimo ele ter sido altaneiro no depoimento. Se tivesse se mantido cabisbaixo e humilde, não mudaria uma vírgula da sentença condenatória que todos sempre souberam que Moro emitiria contra ele desde muito antes de ser condenado em julho, pela primeira vez, por esse magistrado.

Em se tratando de Sergio Moro, é tolice achar que qualquer coisa que Lula diga ou faça poderá mudar a decisão inabalável do magistrado em condená-lo. Lula poderia trazer Jesus Cristo para depor a seu favor que não faria diferença. Há, claramente, um viés político na Justiça que julga Lula.

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Dessa forma, Lula optou por enfrentar um juiz que usa o processo legal com fins político-ideológicos. Pelo menos faz o que espera o setor da sociedade que o apoia e, com isso, ganha força política assim como Moro ganha no lado oposto do espectro político.

Apesar de Moro ter se comportado com aquela vozinha melíflua durante o interrogatório do ex-presidente, cheio de mesuras irônicas, no “dia a dia” desse processo o magistrado alfineta seus alvos “comunistas” sempre que pode – e este blogueiro fala por experiência própria, pois o magistrado usou e abusou de “recadinhos” em suas decisões sobre as acusações que me fez.

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Um bom exemplo foi a decisão de Moro de tentar obrigar Lula a comparecer a TODAS as 83 audiências de 83 testemunhas que apresentou em um dos processos a que responde – decisão logo reformada pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4) pelo absurdo inerente.

Mas essa disputa política entre o magistrado e o ex-presidente fica mais evidenciada em dois momentos da oitiva de Lula por Moro na última quarta-feira. Lula chamou de “querida” a procuradora que o interrogava e foi repreendido por Moro para não tratá-la dessa forma. Em resposta, Lula pediu a Moro para não usar o termo “denegrir” porque é um termo considerado “racista”.

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Leia a íntegra no Blog da Cidadania

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