Moro encurralado: CPI já para investigar o ex-juiz parcial!
"O Congresso não pode silenciar diante de tudo o que está sendo revelado", defende o deputado José Guimarães
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Por José Guimarães
O retorno aos trabalhos do Congresso Nacional deve priorizar uma rigorosa investigação contra o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A falta de transparência nos repasses recebidos por ele durante o período em que trabalhou na consultoria Alvarez & Marsal revelam um claro conflito de interesse que sustenta a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O Brasil quer e tem o direito de saber quanto Moro ganhou para ajudar na recuperação judicial de empresas que ele mesmo quebrou durante os anos de Lava Jato.
Os dados revelados pela auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) são muito graves e precisam, emergencialmente, de apuração rígida. 75% dos pagamentos à Alvarez & Marsal provêm de empresas afetadas pela Lava Jato. O relatório, que estava sob sigilo e agora se tornou público, permite-nos afirmar, categoricamente, que a operação, patrocinada por Moro, foi um conluio estratégico na aliança feita com empresas americanas e o colégio de procuradores para construir um projeto de poder.
As suspeitas de revolving door (quando agentes públicos do alto escalão migram para o setor privado) e lawfare (perseguição direcionada a investigados) marcam a decadente trajetória de Moro. Não bastasse a perseguição injusta promovida contra o ex-presidente Lula, o ex-juiz comprova sua atuação criminosa ao auxiliar a recuperação de empresas nacionais que ele mesmo ajudou a falir.
O Congresso não pode silenciar diante de tudo o que está sendo revelado. Mesmo com as anulações dos processos que o ex-juiz patrocinou contra Lula, ainda permanece a falsa ideia de um “juiz herói” que combateu a corrupção no País. Essa conversa para boi dormir nunca colou e deve ser combatida dia após dia. O combate à corrupção não é um favor do Estado, mas sim uma conduta que os agentes públicos precisam ter. Desmandos precisam ser combatidos sempre, e, vale salientar, nenhum outro governo além de Lula e Dilma criou condições tão eficientes para as devidas apurações.
Em uma democracia, o resultado de uma apuração sem isenção, como foi o caso de Moro na Lava Jato, resulta em uma tragédia social como a que assistimos no Brasil atual. Nosso País está mergulhado na fome, no desemprego e na falta de renda. Tudo isso tem o dedo do ex-juiz, que se negou a exercer o papel que lhe coube e agiu ao arrepio da lei, favorecendo a perseguição de Lula e a consequente vitória de Bolsonaro nas urnas.
A operação Lava Jato foi usada por Moro e por setores importantes da mídia para criminalizar a política e construir um projeto de poder que só trouxe prejuízos ao Brasil. Estudo realizado pelo Dieese e divulgado em março passado revelou que, por causa da Lava Jato, o Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos e amargou a destruição de R$ 4,4 milhões de empregos, sendo 25% deles na construção civil. Os cofres públicos deixaram de arrecadar R$ 47,4 bilhões em impostos.
Precisamos recuperar o legado perdido após a contaminação da Lava Jato no setor de construção civil. É urgente, também, investigar os desmandos cometidos por Moro, que não pode passar essa campanha eleitoral imune, sustentando uma falsa capa de herói anticorrupção. Assim como ele patrocinou os maiores escândalos judiciais no país, impedindo o florescimento da democracia, nós precisamos apurar rigorosamente os fatos a partir da instalação de uma CPI que dialogue com diferentes forças políticas.
Do mesmo modo como o Senado fez um belíssimo trabalho na CPI da Covid, a Câmara também precisa liderar um movimento que impeça a continuidade das artimanhas de Moro e sua corja. Ele não é uma personalidade blindada para o posto de herói que insiste em sustentar. Moro foi um juiz parcial, que comprometeu a lisura dos processos que investigavam denúncias de corrupção. Os dados revelados pelo TCU precisam ser apurados.
Isso passará impune? A Câmara precisa, urgentemente, investigar todas as ações ilegais patrocinadas pelo ex-juiz Sérgio Moro no comando da Lava Jato. Em especial, o recente contrato com a Alvarez&Marsal. O silêncio significa, muita vezes, conivência. Por isso, precisamos, para preservar o sistema democrático, de uma investigação criteriosa para que a verdade venha à tona. Caso contrário, a atuação de Moro continuará comprometendo o sistema de Justiça no Brasil.
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