Moro blinda Bolsonaro e se cacifa ao STF

O jornalista Alex Solnik escreve que a não inclusão do ex-PM Adriano da Nóbrega na lista dos 26 bandidos mais procurados do país é o maior serviço que Moro prestou a Bolsonaro desde a prisão do ex-presidente Lula

Jair Bolsonaro e Sergio Moro
Jair Bolsonaro e Sergio Moro (Foto: PR)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - A não inclusão do ex-PM Adriano da Nóbrega na lista dos 26 bandidos mais procurados do país (ele está foragido desde janeiro de 2019 quando foi denunciado por chefiar milícia de Rio das Pedras) foi a moeda de troca que garantiu ao ministro Sérgio Moro a indicação ao STF em novembro próximo, na vaga de Celso de Melo.

Nóbrega tem ligações estreitas com o também ex-PM Fabrício Queiróz, o faz tudo da família Bolsonaro, recebeu medalhas e elogios de Jair Bolsonaro e de Flávio, que empregou no gabinete de deputado estadual sua ex-mulher e sua mãe, apesar de ter ao menos uma morte e um atentado nas costas e ter sido expulso da corporação por fazer segurança de bicheiro.

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Tudo o que interessa a Bolsonaro é que esse cara fique foragido para todo o sempre. Nunca se sabe do que um bandido é capaz.  

É o maior serviço que Moro prestou a Bolsonaro desde a prisão do ex-presidente Lula, que garantiu a sua vitória nas eleições presidenciais de 2018.

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Atuando como advogado do presidente da República e não como ministro da Justiça, Moro se arrisca a ver ainda mais manchada a sua reputação e até sofrer um processo de impeachment (tem impeachment para ministro também), mas põe uma pá de cal na guerra em que foi ameaçado de perder metade do seu latifúndio e nas suas pretensões de concorrer contra Bolsonaro em 2022.

Logo depois de ser divulgada a notícia de que Nóbrega estava fora da lista de Moro, começaram a circular rumores de que Bolsonaro voltou a considerá-lo favorito à próxima vaga do STF, com o que o presidente mata dois coelhos com uma cajadada só: afasta definitivamente seu ministro da disputa de 2022 e abre caminho para dividir o ministério em dois, nomear um amigo na Segurança Pública e outro na chefia da Polícia Federal, garantindo, desse modo, o controle sobre as investigações que têm potencial para abreviar seu mandato.

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