Molecagem em forma de farda e bozos como plateia do Incrível Exército de Brancaleone
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Por Davis Sena Filho
Da "motociata" à "tanqueciata".
Jair Bolsonaro e seus generais transformaram o Palácio do Planalto em um quartel de renegados da Constituição.
Realmente, o presidente Bozo, vulgo Jair Bolsonaro, juntamente com seus comparsas de alto escalão que se vestem de farda se transformaram em palhaços de um circo mambembe de quinta categoria ao realizar um desfile de tanques e caminhões sucateados que remontam às décadas de 1960/1970. O patético desfile organizado para entregar o "convite" das manobras militares a serem realizadas em Formosa, município de Goiás, apenas indica que a Marinha é a anfitriã dos exercícios militares, mas agora com a participação do Exército e da Aeronáutica pela primeira vez, fato este que deve ter sido um pedido de Bolsonaro. Enfim...
A verdade é que as forças armadas brasileiras e seus generais, vergonhosamente e efetivamente, se politizaram para se transformar em o "Incrível Exército de Brancaleone", ao se expor como atores de um filme pastelão exemplificado em tal desfile na Esplanada dos Ministérios, a provocar irresponsavelmente o Supremo Tribunal Federal (STF) e a tentar intimidar o Congresso Nacional, que está a decidir se as eleições de 2022 terão votos impressos auditáveis nas urnas eletrônicas, ou seja, fazer o País retroceder a quase 30 anos, em uma insensatez e má-fé tão emblemáticas que realmente exemplificam literalmente o que é um desgoverno bolsonarista, que pegou o bastão do atraso e do retrocesso das mãos do usurpador e golpista Michel Temer, um dos políticos mais ladinos, traiçoeiros e abjetos da história da República.
Trata-se de um surreal desejo do presidente de alma cinzenta e fascista, chefe de desgoverno ultraliberal, que está neste momento a oferecer para o povo brasileiro pés de galinha e ossos de gado para comer, pois antes comprou, criminosamente, cloroquina, dentre outros medicamentos ineficazes para combater a Covid-19, e a ofereceu à população deste País com vocação para o fracasso e a autodestruição, como se todos nessas bandas vivessem numa eterna antropofagia.
Enfim, o Incrível Exército Brancaleone foi inspirado em "Dom Quixote de La Mancha", obra universal do espanhol Miguel de Cervantes, cujo personagem vislumbrava e acreditava em suas visões, imagens e realidades que, na verdade, não existiam, a não ser para si mesmo, a fazer de sua vida um conjunto infindável de ações inconsequentes, a causar-lhe dores, decepções, surpresas, sobressaltos e derrotas, em uma tragicomédia digna de enganos, desilusões e sonhos humanos.
Assim procedem os generais das três forças, pois comprometidos, ao que parece até o fim, com um desgoverno de extrema direita que já entrou para a história com a marca da maldade, da incompetência e a agir deliberadamente para a destruição do Brasil, a desmontar o Estado nacional, além de prejudicar de morte setores de desenvolvimento, proteção, fiscalização e controle, que cuidam de meio ambiente, empresas públicas, minorias, mulheres, negros e índios, a deixá-los sem orçamento e proteção, bem como realizam perversamente o desmanche sistemático na educação e saúde, na pesquisa e ciência, além da cultura. Trata-se de um desgoverno que odeia o conhecimento.
São esses generais que consideram, desde quando entram ainda novos em suas escolas acadêmicas, o povo brasileiro e seus diversificados segmentos como inimigos internos, em um despropósito atroz e loucura quixoteana digna do Incrível Exército de Brancaleone, que realizou hoje uma "tanqueciata", que tem por finalidade "peitar" o Legislativo e o Judiciário, em um comportamento casuístico e saudoso dos tempos da ditadura de 1964.
Aquela ditadura de extrema direita e policialesca que perseguiu brasileiros legítimos para exilá-los, prendê-los, torturá-los e matá-los. Ao que parece, os mais de 30 anos de redemocratização e a implementação da Constituição não fizeram esses milicos aprenderem nada, como se o tempo tivesse parado na Guerra Fria ou numa imensa geleira, que manteve intacta a ideologia elitista, supremacista e anticomunista dos militares, que sempre foram, indelevelmente, distantes das realidades, das demandas e dos interesses da população brasileira.
Agem dessa maneira mesmo após a queda do muro de Berlin, em 1989. Os milicos deste País não tem jeito, porque são inquilinos de um mundo paralelo, cujas realidades sociais, políticas e econômicas não coadunam com suas ideias e razões distorcidas e desfocadas das realidades fáticas de um mundo globalizado. Eles são os militares mais alienados do mundo ocidental e por isto se tornam perigosos para a nação brasileira, porque são historicamente intervetores do processo democrático e das liberdades civis retratadas nos direitos constitucionais de toda a sociedade.
Lamentável e deplorável o desfile de veículos militares em plena Esplanada, em um tempo de Brasil com sua população profundamente dividida e disposta a alimentar o ódio que toma conta dos lares e transforma familiares, amigos e colegas em inimigos, desde 2013, sendo que será inesquecível que alguns familiares e amigos seus se mostraram como pessoas afins de Jair Bolsonaro e seu bando, que transformou a República em um pardieiro com ações e palavras de baixo calão. É inacreditável que o Brasil tenha chegado tão baixo em um poço sem fundo, que poderá ser coberto por intermédio de eleições livres, diretas, secretas e que consolide, definitivamente, a soberania e a vontade do povo brasileiro e afaste definitivamente o fascismo e o ultraliberalismo da vida brasileira.
A verdade é que toda essa pantomima quixotesca reflete que o ex-capitão Jair Bolsonaro é um mandatário fraco e que irá entrar para história como o pior presidente do Brasil. Porém, ele precisa ser urgentemente derrotado pelas forças democráticas. Trata-se, na verdade, de molecagem em forma de farda e dos bozos como plateia do Incrível Exército de Brancaleone, que se expôs ridiculamente com sua lamentável "tanqueciata". É isso aí.
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