Ministro Edson Fachin tem oportunidade histórica

 Edson Fachin devia se livrar do "baixo clero do judiciário", romper definitivamente com os golpistas, honrar a toga do STF, fazer justiça, e, quem sabe, dar sua contribuição para que este julgamento entre para a história, fazendo-se digno de uma grande nação

Edson Fachin 
Edson Fachin  (Foto: Laurez Cerqueira)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

"Quem pensa pequeno fica pequeno e faz coisas pequenas. Quem pensa grande fica grande e realiza coisas grandiosas". Assim disse certa vez o deputado Ulysses Guimarães, que foi às ruas na campanha por eleições diretas e presidiu o Congresso Constituinte, que deu ao país a "Constituição Cidadã ", como ele a denominou, com direitos e garantias individuais e coletivas para assentar a democracia.

Poucos homens ou mulheres, no exercício de funções públicas de graduação elevada, têm oportunidades e vontade política de realizar trabalhos grandiosos para transformação da sociedade quanto, particularmente nesse momento, teriam o ministro Edson Fachin, o procurador Rodrigo Janot e o juiz Sérgio Moro, com suas respectivas equipes, no combate à corrupção.

Mas, na indigência institucional em que se encontra o país, devastado pelo golpe de Estado, a pequenez de autoridades judiciárias e policiais se destacou no cenário político ao usarem, de forma abusiva, funções de alta confiança da sociedade para fins políticos.

continua após o anúncio

Rodrigo Janot, por exemplo, parece não ter mesmo estatura para missões grandiosas. Submete-se a arroubos de procuradores como Deltran Dallangnol, com sua compulsão por notoriedade, e sua mal ajambrada tese da "teoria do domínio do fato", exposta num PowerPoint para promover acusações, sem provas, e embarca na onda midiática contra o ex-presidente Lula, mesmo tendo a famigerada tese sido contestada internacionalmente pelo próprio autor, o jurista alemão, Claus Roxin e muitos respeitados colegiados de juristas mundo afora.

Juntamente com o Juiz Sérgio Moro, se enredaram na política rasteira e nos mimos da mídia, feitos popstars da sociedade do espetáculo, ao invés de se ancorarem no direito, nas garantias constitucionais, tão valiosos para a referência de justiça e construção da nação.

continua após o anúncio

Janot e Moro tiveram a oportunidade de realizar um trabalho de vulto histórico em que a Justiça fosse exercida na sua plenitude como esteio da democracia e não como instrumento de perseguição política como está acontecendo com o ex-presidente Lula e com o Partido dos Trabalhadores.

Moro, com seu provincianismo, foi visto deslumbrado quando recebeu o prêmio das Organizações Globo, das mãos sujas de Roberto Marinho, que admitiu publicamente o apoio à ditadura criminosa. Da mesma forma, quando recebeu da revista Istoé, foi flagrado trocando intimidades alegremente com Aécio Neves, e também ao lado de Michel Temer, Geraldo Alkmin e outros políticos delatados na operação Lava-Jato.

continua após o anúncio

Na esteira da decadência institucional causada pelo golpe de Estado, o Supremo Tribunal Federal atingiu um dos mais baixos índices de aprovação de sua história, por ter se omitido ou tomado decisões flagrantemente favoráveis ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma e ao estabelecimento de um governo ilegítimo; por se curvar ao réu, Senador Renan Calheiros, à época presidente do Senado, no episódio da sucessão presidencial, e outras questões que expuseram a pequenez e o acuamento do STF diante de políticos corruptos.

Como relator dos processos de investigação do maior número de políticos graúdos, de uma só vez, na história do Brasil, o ministro Edson Facchin tem a rara oportunidade de realizar um trabalho que orgulharia Raymundo Faoro, Sobral Pinto, Evandro Lins e Silva, e muitos outros grandes juristas brasileiros que dormem o sono eterno.

continua após o anúncio

Enfim, Edson Fachin devia se livrar do "baixo clero do judiciário", romper definitivamente com os golpistas, honrar a toga do STF, fazer justiça, e, quem sabe, dar sua contribuição para que este julgamento entre para a história, fazendo-se digno de uma grande nação.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247