Ministério Temer: traços notáveis

"Temer prometeu um ministério de notáveis. Faltou dizer que o ministério seria notável pela ausência de negros e mulheres, o que já diz muita coisa sobre o novo governo", afirma Tereza Cruvinel, que analisa nome a nome anunciado pelo presidente interino nesta quinta-feira 12; "Algumas escolhas são temerárias, com trocadilho. Outros nomes são insípidos e inodoros", comenta a jornalista; "Mas com esta equipe, Temer já começa tendo que conquistar alguns setores da opinião pública e tendo que pacificar outros", ressalta

"Temer prometeu um ministério de notáveis. Faltou dizer que o ministério seria notável pela ausência de negros e mulheres, o que já diz muita coisa sobre o novo governo", afirma Tereza Cruvinel, que analisa nome a nome anunciado pelo presidente interino nesta quinta-feira 12; "Algumas escolhas são temerárias, com trocadilho. Outros nomes são insípidos e inodoros", comenta a jornalista; "Mas com esta equipe, Temer já começa tendo que conquistar alguns setores da opinião pública e tendo que pacificar outros", ressalta
"Temer prometeu um ministério de notáveis. Faltou dizer que o ministério seria notável pela ausência de negros e mulheres, o que já diz muita coisa sobre o novo governo", afirma Tereza Cruvinel, que analisa nome a nome anunciado pelo presidente interino nesta quinta-feira 12; "Algumas escolhas são temerárias, com trocadilho. Outros nomes são insípidos e inodoros", comenta a jornalista; "Mas com esta equipe, Temer já começa tendo que conquistar alguns setores da opinião pública e tendo que pacificar outros", ressalta (Foto: Tereza Cruvinel)


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Temer prometeu um ministério de notáveis. Faltou dizer que o ministério seria notável pela ausência de negros e mulheres, o que já diz muita coisa sobre o novo governo. Algumas escolhas são temerárias, com trocadilho. Outros nomes são insípidos e inodoros e por isso nem vão aparecer nestas pinceladas rápidas sobre traços notáveis de cada um. Com o tempo saberemos o que foram fazer na Esplanada. Mas com esta equipe, Temer já começa tendo que conquistar alguns setores da opinião pública e tendo que pacificar outros. Aos notáveis, pelo que são e pelo que deixam de ser:

Henrique Meirelles - PSD – Fazenda – Sem dúvida o melhor trunfo de Temer, que Dilma desprezou na montagem do segundo governo. Tem a confiança dos mercados para realizar o ajuste fiscal. O ruído, por ora, está no fato de ele ter agregado à complexa e poderosa Fazenda o Ministério da Previdência e Assistência Social, pasta que se conecta com a vida de milhões de aposentados, beneficiários e contribuintes do sistema de seguridade. Dizem que esta anexação vai durar apenas até à aprovação da reforma do sistema. Então, depois um dos dez ministérios suprimidos, pelo menos este será recriado.

Pastor Marcos Pereira – PRB - ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – O bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus vai mandar no MDIC e no poderoso BNDES. Luciano Coutinho, presidente do banco na era petista, vai precisar de orações para se conformar com tão exótica substituição.  Ate agora ninguém explicou quais são as excepcionais habilidades do pastor como gestor de uma pasta tão importante para o desenvolvimento econômico.

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Romero Jucá – PMDB - Planejamento e Gestão – Jucá especializou-se em socorrer governos para ser por eles premiado. Mas o melhor prêmio está ganhando de Temer, pela ajuda que deu na conspiração do impeachment. Tem competência para o cargo e trânsito no Congresso. Mas conhecendo-o bem, Temer deve recear o abandono repentino se seu governo fizer algo. Como fez com outros presidentes a que serviu.

Geddel Vieira Lima – PMDB - ministro-chefe da Secretaria de Governo. Se for encarregado da articulação com o Congresso, vai ter que atenuar seu estilo coronelista e beligerante.

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Gilberto Kassab – PSD - Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – Ex-ministro de Cidades de Dilma, jurou fidelidade até à véspera da votação do impeachment na Câmara. Pragmático, sabe trocar de canoa na hora certa. Não se conhece seu dominio sobre os temas da pasta, que agora incorpora Comunicações.

Eliseu Padilha – PMDB – Chefe do Gabinete Civil – Disputa com Kassab, do PSD, o "troféu traição bem sucedida". Foi ministro da Aviação Civil de Dilma e ajudante de Temer na articulação política do governo dela.

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José Serra – PSDB – Relações Exteriores – Preterido para a Fazenda nos governos de Itamar Franco, Fernando Henrique e Temer, levará seu ativismo para o Itamaraty. Deve mudar toda a política externa brasileira, mirando especialmente o Mercosul, as relações Sul-Sul, os Brics e o multilateralismo.

Bruno Araujo – PSDB – Especialista em insultos ao PT e aos aliados de Dilma na Câmara. Outra distinção veio por acaso aritmético. Ele deu o voto decisivo, o de número 342, para a autorização da Câmara à abertura do impeachment pelo Senado. De habitação, não se sabe o que entende.

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Raul Jungmann – PPS – Defesa – Um grande prêmio para o tamanho da pequena bancada do PPS, aliado de primeira hora da articulação pró-impeachment e satélite dedicado do PSDB.

Mendonça Filho – DEM - Educação. Enfrentará em breve a ira da comunidade artística e cultural pelo desmonte do MINC, que será diluído no MEC. Não se sabe o que "Mendoncinha", opositor raivoso e duro do PT, fará com seu superministério dois em um.

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Blairo Maggi - PP - ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Grande produtor rural, líder ruralista, criticado pelos ambientalistas por estar patrocinando projeto no Senado que praticamente acaba com o licenciamento ambiental. Para virar ministro, trocou o PR pelo PP.

Osmar Terra – PMDB - ministro do Desenvolvimento Social e Agrário. Sempre foi do PMDB de oposição aos governos petistas. Ganha um ministério encorpado pela anexação da pasta de reforma agrária. Mas como este assunto não é prioridade de Temer, Terra vai se ocupar essencialmente da "revisão dos programas sociais". Quando vierem os cortes, enfrentará a reação dos movimentos sociais.

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Leonardo Picciani – PMDB - ministro do Esporte. Votou contra o impeachment e agora vira ministro para que Temer possa ter líder de sua confiança no PMDB da Câmara. A escolha poderá gerar os primeiros conflitos na bancada.
Ricardo Barros – PP - ministro da Saúde – Especialista em resolver problemas orçamentários de governos na Comissão Mista de Orçamento, onde tem lugar cativo há anos. Sempre foi bem recompensado por ísso. Garante que tocará o ministério com a ajuda de grandes especialistas.

José Sarney Filho – PMDB - ministro do Meio Ambiente. Premiado pelo desembarque da família Sarney do governo Temer. Já ocupou a pasta no governo FHC.

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Henrique Alves – PMDB – Volta ao ministério do Turismo, que fez tudo para ganhar de Dilma. É outro candidato ao "troféu traição bem sucedida".

Alexandre de Moraes – Justiça. Atual Secretário de Segurança Pública de Temer, destacado pela recente onda de repressão ao movimento de estudantes. Em sua gestão o numero de homicídios cresceu 60% em São Paulo. Foi advogado de Eduardo Cunha.

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