Ministério da Saúde virou inusitado ponto de resistência no governo Bolsonaro

"Nessa gestão de dementes, a pasta tornou-se a arena solitária do embate entre a ciência e o obscurantismo mercantilista que preconiza cloroquina à vontade", comenta Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia



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Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia

Ninguém sabia, mas o Ministério da Saúde haveria de ser um inusitado ponto de resistência ao clima de sanatório geral da Esplanada, desde a posse de Jair Bolsonaro. 

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Nessa gestão de dementes, a pasta tornou-se a arena solitária do embate entre a ciência e o obscurantismo mercantilista que preconiza cloroquina à vontade, desde que a senzala pare com seus mimimis contrários à primazia da economia. E olha que não foi por falta de esforço a favor das trevas.

Henrique Mandetta, estafeta do baixo clero da Câmara dos Deputados, à época do impeachment de Dilma Rousseff, era o ministro da ocupação privada, no setor. A pandemia, no entanto, lhe colocou no centro de uma discussão ética muito cara aos médicos, mesmo aos piores deles: o zelo pela vida, como premissa do ofício. 

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Mandetta pulou a fogueira sem saber. Ao perceber a vantagem, mudou de atitude em relação ao SUS, o qual ele pretendia destruir, e agarrou-se ao cavalo encilhado da sorte grande. Tornou-se de nulidade a herói sanitário  nacional.

Nelson Teich também se rendeu à réstia de razão que lhe sobrara à atividade mercantil do setor. Percebeu, a tempo, que negar a ciência lhe reservaria o lugar do bufão de jaleco auxiliar de genocida. Não ficou um mês no cargo.

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Não creio que Bolsonaro, mesmo com as limitações intelectuais que tem, erre pela terceira vez. Osmar Terra, medievalista nos modos e bárbaro nas intenções é, de novo, o preferido.

Em meio à pandemia, o País nunca teve a garantia de que o Ministério da Saúde seria um porto seguro. Resistir, até aqui, foi uma surpresa.

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