Ministério da Defesa virou ministério do Ataque

"Em que democracia já se viu um preposto do candidato ditar regras numa eleição na qual este concorre?", questiona Alex Solnik

(Foto: ABr | Marcos Corrêa/PR | Isac Nóbrega/PR)


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Por Alex Solnik

Não tem o menor cabimento o pedido - ou, melhor, decisão - do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, de entrar na comissão da Transparência do TSE no lugar do general Portella.

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O que se depreende desse lance é que, estando um escalão acima do de Portella, o general teria maior autoridade para exigir a efetivação das mudanças sugeridas pelos militares no processo eleitoral. 

O problema é que ele é ministro, faz parte do governo Bolsonaro e Bolsonaro é um dos candidatos nas eleições de 2 de outubro.

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O conflito de interesses é indiscutível, inaceitável e impraticável.

Se um dos concorrentes tiver assento na comissão do TSE, por meio de um de seus aliados, todos os outros poderão reivindicar o mesmo.

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Caso contrário, haveria favorecimento a um dos candidatos.

E outra: em que democracia já se viu um preposto do candidato ditar regras numa eleição na qual este concorre?

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Isso é típico de eleições com cartas marcadas.

Ou de democracias de araque.

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O ministério da Defesa está virando ministério do Ataque.

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