Milton Ribeiro, outro injustiçado
"Milton Ribeiro pode dormir tranquilo. Ele cumpriu à risca sua missão. O ministério, além de ainda mais desmantelado, virou um oceano Índico de corrupção"
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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia
Eu não sabia, e se sabia esqueci, que Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, é subtenente da reserva do Exército.
Assim se justificaria, leio por aí, o fato dele andar armado. E que por andar armado tenha, num lapso de atenção, disparado uma pistola no balcão de uma companhia aérea no aeroporto de Brasília, e que, por sorte, feriu de raspão duas pessoas. Podia ter matado alguém. A boa notícia é que até nisso sua incompetência é olímpica.
Aliás, leio também que ele conseguiu seu porte de armas já sendo ministro da Educação. A pistola Glock 9 milímetros seria, então, outra arma de combate à educação.
Milton Ribeiro é, na minha opinião, um injustiçado. Como injustiçados foram tantos ex-ministros de Jair Messias.
Além de seguir rigidamente as instruções do seu chefe com relação a andar armado, foi especialmente eficaz em contribuir de maneira decisiva para dois objetivos centrais do governo: desmantelar ainda mais o sistema educacional e ao mesmo tempo corromper a rodo, através de dois desses mercadores da fé e da miséria humana autoproclamados “pastores evangélicos” indicados diretamente por Jair Messias.
Será que ninguém no governo reconhece esse mérito? Ninguém sai em defesa do injustiçado?
Jair Messias e seu bando são assim. Despacham de volta para casa – ou para Washington, como Abraham Weintraub – servidores que dedicaram todas as suas forças da alma para contribuir para a missão central do presidente e seus filhotes e acólitos: destroçar tudo que foi erguido ao longo de décadas.
E para que essa missão seja cumprida, sabemos todos, desmantelar a educação é vital.
Aliás, nem só a educação: as artes e a cultura também.
Ninguém no governo parece lembrar de Roberto Rego Pinheiro, conhecido pelo pseudônimo artístico de Roberto Alvim, que foi secretário de Cultura.
Ele soube interpretar à risca o sonho presidencial de elogiar Goebbels, mestre nazista. Acabou sendo defenestrado por isso.
E aquele colombiano que não sabia falar português e foi o primeiro ministro da Educação, que fim levou?
Milton Ribeiro pode dormir tranquilo.
Ele sabe que cumpriu à risca sua missão. O ministério, além de ainda mais desmantelado, virou um oceano Índico de corrupção.
Ninguém do bando presidencial reconhecer seu feito é apenas outra injustiça a mais. A história saberá reconhecer sua façanha.
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