Militares não aprenderam nada, aliam-se aos EUA e são protagonistas do desmonte do Estado brasileiro
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Olhai para 1964!
Toda vez que generais de pijamas abrem suas bocarras irresponsáveis, alienadas e despolitizadas em prol de seus pensamentos dignos de incompetentes quando se metem a governar ou gerenciar o País, mais é necessário lembrar dos graves erros que esses milicos entreguistas, golpistas e contrários aos interesses de soberania e independência do Brasil fizeram no período lamentável e tenebroso de 1964 a 1985.
Lembro-me, como se fosse hoje, que as famílias dos militares escondiam da vida civil (escolas, festas, esportes, trabalho, reuniões etc.) que eram filhos, esposas e parentes de oficiais e até mesmo praças. Aliás, os militares, em certo período dos 21 anos que sequestraram o poder para eles, sem a força das urnas também pararam de usar fardas nas ruas e passaram a se vestir com roupas comuns aos civis.
Porém, após as tremendos erros que fizeram, bem como por causa disso receberam em troca o desprezo da população e até mesmo o ódio de segmentos da sociedade, os militares voltam ao poder por intermédio de um rejeitado pelo Exército, indisciplinado e violento, cujo nome é Jair Bolsonaro, um oficial de baixa patente, desequilibrado e violento, além de muito preocupado com dinheiro, porque extremamente ambicioso e disposto a resolver questões pecuniárias nem que fosse necessário explodir bombas em unidades militares para ter seus desejos concretizados.
Depois de três décadas, os milicos retornam ao poder político e novamente aparelham o Estado nacional, com voracidade e arrogância, ferocidade e arbitrariedade, assim como demonstram, como sempre, nenhuma empatia pela sociedade brasileira, a não ser pelos grupos econômicos hegemônicos e pelos interesses de sua própria categoria, a mais aficionada das categorias que prezam as mordomias, que se apresenta e sempre se apresentará como uma casta privilegiada, que jamais perdeu seus direitos e garantias, nem mesmo quando implementada a Constituinte e promulgada a Constituição democrática de 1988.
Por sua vez, novamente a milicada de pijamas e cabelos brancos se insurge contra os poderes constituídos e aposta no rompimento constitucional e institucional, porque de forma irresponsável e despótica resolve cometer mais cagadas, uma constante quando os militates se metem com o mundo político, que desta vez por meio do Clube Militar, uma associação de tradição golpista e totalmente voltada para os interesses da burguesia nacional e principalmente a conjurar com os interesses dos Estados Unidos.
Sem participar desde a Guerra do Paraguai de uma guerra para valer, os milicos de alto escalão passaram a exercer o papel de tutores da Pátria, sem terem sido convidados. Como não fazem nada sobre coisa alguma, interferir na rotina da política nacional se tornou um hobby, sendo que sempre ao lado dos ricos, dos que podem mais e dos que tem o poder econômico. Além disso, os militares sem guerras nos currículos são extremamente corajosos quando têm que reprimir as esquerdas, favelados, índios, trabalhadores, minorias e pobres ao tempo que se aliam a quem tem poder.
Não falo das ações de quando os militares são mandados a ajudar as pessoas que estão a enfrentar calamidades por causa de chuvas e ventos ou desmoronamentos, além de entrega de cestas básicas e atendimento médico-hospitalar, até porque essas atividades são obrigações de logística e ações humanitárias determinadas pelos governos, que não se atêm a questões maiores e mais importantes, que se traduzem em ideologia e política, poder e mando.
Nesses campos, os militares estão à direita do espectro ideológico e, consequentemente, sempre foram aliados dos controladores dos sistemas de capitais, porque na verdade são a guarda pretoriana dos interesses da burguesia e também da classe média, que ciclicamente no Brasil vai às ruas para apoiar golpes de estado e fingir que esqueceu as cagadas dos milicos em tempos passados, pois o interesse maior é dar fim à continuidade de governos eleitos de perfis trabalhistas comandados por mandatários de esquerda.
A partir daí o que acontece? Os militares retornam ao poder central e apoiam o desmanche de empresas públicas, o desmonte do Estado como garantidor e indutor de políticas sociais e desenvolvimento econômico, assim como os militares de Pindorama, apesar de serem sustentados pelos contribuintes, pois exercem carreiras típicas de estado, no poder se tornam hipocritamente e cinicamente privatistas, além de se orgulharem de serem subservientes aos ditames dos governos estadunidenses e subalternos às ordens da milicada norte-americana.
O Exército Brasileiro, para quem não sabe, pela primeira vez possui um general de brigada que é subordinado ao Exército dos Estados Unidos, sendo que as negociações para que o militar fosse para os EUA nunca foram transparentes, porque praticamente sem a participação do Itamaraty e do Congresso. Trata-se do general Alcides Valeriano de Faria Júnior, que desde março de 2019, em pleno início de governo militarista de Jair Bolsonaro, integra o Comando Sul do Exército dos EUA. O general ocupa o cargo de subcomandante de Interoperabiliade da unidade militar estadunidense, responsável pela coordenação de interesses estratégicos do pais yankee nas Américas do Sul, Central e no Caribe. Como esse militar vai se contrapor aos interesses geopolíticos na América do Sul, por exemplo?
O amor dos oficiais brasileiros pelos Estados Unidos e a busca histórica pelo alinhamento automático aos interesses norte-americanos são incompreensíveis e inexatos, porque os EUA nunca deram nada para o Brasil. Pelo contrário, sempre prejudicaram o colosso sul-americano em todos os sentidos e em todas as áreas e setores, em um domínio humilhante no que é relativo à autonomia e à soberania do País, bem como sabedores que o Brasil possui uma burguesia colonizada e alienígena, sem projeto e programas para o País. Enfim, como o Brasil se tornará uma força importante e respeitada na comunidade internacional, se é sabotado desde sempre pelos dirigentes que representam as oligarquias tupiniquins, a exemplo desse governo militarista?
A verdade é quem não se dá o respeito, como o subalterno Bolsonaro perante o Trump, não terá respeito. Os estadunidenses sabem que no Brasil existe e atua seus aliados para o que der e vier, que estão nas Forças Armadas, na Polícia Federal, no Ministério Público e na Justiça, sendo que os meios de comunicação privados fazem a interlocução e a lavagem cerebral junto à classe média, que de tão lobotomizada vai às ruas contra seus próprios direitos e benefícios conquistados há décadas. Trata-se da idiotia generalizada e da demência coletiva em todas suas vertentes e diferenças.
Os gringos do norte sabem e compreendem que o Brasil possui classes dirigentes e empresariais antinacionais, antipopulares e antidemocráticas, que praticamente fazem do País um aliado diplomaticamente e economicamente desprovido de vontades e interesses. Além disso, se o maior País da América do Sul fosse vizinho geográfico dos norte-americanos, certamente que seria anexado para ser seu fazendão de commodities, com a cumplicidade, a traição e a pusilanimidade das elites do serviço público e da iniciativa privada. Uma lástima.
Temos no Brasil, na verdade, servidores de carreiras típicas de Estado, a exemplo dos generais, juízes e procuradores, dentre outros cargos e funções, que são pró Estados Unidos e aliados da burguesia brasileira associada à norte-americana e à europeia ocidental. Por isto e por causa disto que o Congresso atendeu aos anseios golpistas da burguesia associada aos interesses estrangeiros contra até mesmo à burguesia nacional, a que controlava a engenharia pesada e a indústria naval no Brasil, com fortes desmembramentos no exterior, pois competitiva em âmbito internacional, tanto quanto à Petrobras, que está a ser criminosamente sabotada com a venda de seus ativos, a exemplo do Pré-Sal e de suas subsidiárias estratégicas, como a Transpetro, as refinarias, dentre outras empresas públicas de importância estratégica.
É o fim da picada! E ainda cito a entrega irresponsável da Embraer, uma das jóias da pesquisa, da ciência e da tecnologia brasileiras, responsáveis, inclusive, pela fabricação de equipamentos e aparelhos militares, de guerra. Pobre do País que é vítima de golpe de estado, como o que ocorreu, em 2016, contra a presidente reeleita Dilma Rousseff em pleno século XXI, desta vez por intermédio da manipulação do Direito e da mentira midiática ao invés da força das armas, como ocorreu em 1964, em um golpe violento, que terminou desmoralizado, em 1985.
Honduras e Paraguai foram as cobaias do Departamento de Estado estadunidense para a efetivação posterior do golpe mais importante, como se fosse um treino para que posteriormente o Brasil caísse nas garras da direita mais corrupta, colonizada, sórdida, entreguista, infame e traidora do planeta — a direita brasileira, que quando vai a Miami e Orlando se comporta como uma macaca de terceiro mundo, pois exploradora, perversa e arrogante no Brasil, sendo que nos EUA se torna subalterna, subserviente, patética e plena de complexo de vira-lata. É mole ou quer mais, cara pálida?!
A patética e golpista mensagem dos militares de pijamas e da ativa por intermédio do Clube Militar é apenas mais um capítulo da indigência intelectual e política desses senhores, que não tem nada para fazer, a não ser encher o saco e fazer parte de um desgoverno que prega a violência, a falta de diálogo, a divisão da sociedade, o desmonte do Estado nacional, as brigas internas sem fim, a volta ao mapa da fome, o desemprego em massa, a expansão exponencial de moradores de rua, a entrega do mercado interno à gringada malandra e esperta, o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos e a entrega criminosa de estatais estratégicas à iniciativa privada.
A verdade é que os militares não aprenderam nada, aliaram-se umbilicalmente aos Estados Unidos e são cúmplices e protagonistas do desmonte do Estado brasileiro. Ah, já ia esquecer: os militares são, juntamente com o chicago boy pinochetiano, Paulo Guedes, cujos méritos são a irresponsabilidade e a incompetência, os pais do pibinho lamentável e ridículo de 1,1% e do dólar a quase R$ 5,00. “Como assim?” — perguntaria-me um desavisado ou alienado que votou no presidente apelidado de Bozo. Responderia: “Olhai para 1964”. É isso aí.
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